26.10.06

meteorologia pouco científica e à espera do sol

chove uma semana sem parar e sentimos saudades do sol. parece que de repente se fechou sobre nós um pano cinzento e carregado que o esconde e nos impede de beber o calor da sua luz. temos os dias assim, um depois do outro, dias em que ele se esconde por detrás deste pano na companhia do céu (imagino as longas conversas que os dois terão na tranquilidade do mundo que os não vê)... de noite, este cinzento abriga todo um outro mundo que nos é mais uma vez invisível (imagino agora as estrelas a brincar à volta da lua, imagino-as a jogar às escondidas e à apanhada pelos confins do universo)...
p’ra nós (que não brincamos), é um cinzento que nos oferece água sem parar e nos interrompe os caminhos, nos atrasa e nos obriga a pensar em coisas como guarda-chuvas. com um bocadinho de azar ainda molhamos os tornozelos, sentimos os pés frios e ouvimos os dedos a cantar o fado queixoso da humidade relativa… com um bocadinho de sorte, estamos no calor dos lençóis e adormecemos ao ritmo da canção d’embalar que a mãe natureza nos canta enquanto nos chove nos telhados.
quando acordamos, acordamos e lembramo-nos do sol, queremo-lo, queremo-lo lá fora a iluminar o despertar e a aquecer o dia, dizemos-lhe que lhe temos saudades e chamamo-lo desesperadamente… dizem que sim, dizem que a chuva vai finalmente deixar-nos matar as saudades ao sol, assim esperamos... depois? depois que venha mais chuva e que nos traga mais um inverno que cá estaremos para o aquecer.

3 comentários:

lr disse...

K, as tuas preces foram ouvidas.... 1 abraço.

João disse...

eh eh
outro abraço!

sr disse...

metereologia???
(deve ter sido da chuva...)