19.12.07

por falar em tecnologias...

o carro continua na oficina, a cabovisão nunca mais me liga a net e os quarenta e tal canais, o telefone e o carregador andam separados há uma semana… assim não dá…

17.12.07

à portuguesa...

queria um café e este chocolate aqui
(apontando para a vitrina)
o café é com adoçante!

12.12.07

história...

a história da humanidade tem muitos momentos decisivos:

o fogo, a roda, o ferro, o renascimento, a revolução industrial...

...ainda vi tv a preto e branco, ainda fiz telefonemas num telefone gigante e preto onde se discavam os números, ainda fiz algumas maldades com fisgas e joguei à bola no meio da rua...

entretanto a tecnologia apoderou-se das pessoas e hoje, o momento é o da revolução tecnológica… só nos resta alegramo-nos por sermos apanhados mesmo no meio, na mouche desta rev@tec.

7.12.07

a propósito de carinho


lembrei-me que tinha que dar início ao processo de desmame, alertei-os para o facto se só já termos mais três aulas juntos, eu professor, eles alunos. depois será a separação.
depois disto, depois dos olhares de espanto-perdido-a-perguntar, não lhes pedi nada e perguntei-lhes o que lhes apetecia fazer. depois disto, os mais carinhosos por natureza pediram-me para os deixar fazerem-me uma surpresa... depois disto e a meio da aula, estavam todos a fazer-me uma surpresa.
depois disto, fica isso: a surpresa da marta e da patrícia.
p.s. são meninos do segundo ano e o pequeno texto precisou de ser moldado para que não houvesse erros. depois da alegria da surpresa, corrigir os erros para a fotografia fez-me sentir mal. mas era o professor e o professor não se vai pôr a fotografar um texto com erros...

5.12.07

pessoal: o pessoal

ppl:
o pessoal precisa de carinho,
eu preciso, tu precisas, ele precisa, ela precisa.
a malta mais nova precisa tanto de carinho que é uma maluquice!
(ninguém se importa verdadeiramente com o que eles pensam da vida, ninguém lhes pergunta… há muito espaço para a comunicação mas pouco tempo para o interesse genuíno)

o pessoal pode não ter que lutar pela Liberdade, pode já saber o que é a europa e falar ao mesmo tempo com alguém na china, na argentina, no alaska e na austrália. o pessoal pode não ter que lutar por grande causa mas precisa de carinho para enfrentar a vida com algum alento.

ppl:
façam do carinho um lugar comum e ajudem-me a ser mais carinhoso sff...

30.11.07

greve? - nah, não tenho esse privilégio...

Entrei na bomba de gasolina para demorar o tempo suficiente mas acabei por ficar mais um bocadinho. Logo à entrada, apareceu-me uma senhora com um ar "executivo" a pedir-me para a ouvir durante um minuto. Durante este tempo, despejou – a cem à hora – uma carrada de informação que sabia já de cor. Ficou-me na cabeça o leitor de mp3 gratuito, só precisava de responder a três perguntas. Perguntei qual era a memória do mp3 (1gb) e disse-lhe que já tinha um exactamente com esse espaço de armazenamento. “Mas podia pelo menos responder às três perguntas só para colaborar comigo!" (disse quase em desespero). “Venho já, deixe-me só ir pagar a gasolina e beber um café”.
Quando regressei respondi às perguntas. Uma delas era a profissão: professor – “Ah, então está a falar com uma colega sua! Estou aqui a tentar impingir cartões de crédito às pessoas porque pronto… tenho contas para pagar…”. Acabei por não contribuir para a causa porque no fim tinha que lá deixar (no pequeno balcão montado à entrada da bomba de gasolina), uma fotocópia do b.i. e outra do contribuinte… não me agradou a ideia…

Imagino que esta colega não seja sindicalizada porque a quota do sindicato é mais uma conta a pagar… imagino que a fenprof, o sindicato de quem ensina, não tenha a visão estratégica necessária para lutar pelo encerramento de alguns cursos superiores, a fim de evitar situações destas para os futuros colegas (ou será que não o faz porque isso significaria menos gente a juntar-se à causa e à quota?).

Como eu, há mais um milhão de trabalhadores liberais (olha o luxo, li-be-rais!) a passar recibos pelo salário. Faço parte desta nova geração (do recibo) verde. Eu e este milhão significamos um quinto da força produtiva deste país. Eu e este milhão, por cada recibo que passamos, acabamos por ficar sem cerca de 32% daquilo que recebemos (um terço daquilo que ganhámos com o nosso trabalho). Eu e este milhão não temos subsídios de férias ou natal, não temos direito ao subsídio de desemprego mesmo que tenhamos andado a recibos durante anos e no próximo mês fiquemos sem emprego… nunca ouvi nenhum sindicalista dizer que vale a pena lutar por este quinto da massa trabalhadora cá do burgo, nunca!

Tenho colegas (a trabalhar nas salas de aulas) que se dão ao luxo de me dizerem que não querem saber do computador porque já ensinam há mais de vinte anos e não é agora que alguém as vai obrigar a aprender seja o que for (imagino a vontade que a outra colega da bomba de gasolina não teria de ser obrigada trabalhar com um computador na sala de aula). Nem sequer vou falar dos professores que têm um contrato vitalício com o estado e estão nas salas de aulas a fazer mais para que os putos deixem de gostar de ir à escola do que propriamente a ensinar, não, não vou falar destes porque não quero fazer (mais) juízos de valor…

Gostava que os sindicatos deixassem as esferas partidárias e que se tornassem numa força de luta realmente independente e actualizada. Gostava que largassem a merda da cassete demagógica e passassem a usar um discurso realista, um discurso actualizado (com cd, dvd, lcd ou outra coisa qualquer) típico do séc. XXI.

Não, não faço greve, isso é um luxo só ao alcance de alguns…

29.11.07

não será o país das maravilhas
nem tu te chamas alice
mas d'uma coisa tem a certeza:
não estou lá porque sim,
estou lá porque quero!

estou cá porque estou
e cá quero continuar.

porque te quero!

jumping someone else's train

don't say what you mean
you might spoil your face
if you walk in the crowd
you won't leave any trace
it's always the same
you're jumping someone else's train
it won't take you long
to learn the new smile
you'll have to adapt
or you'll be out of style
it's always the same
you're jumping someone else's train
if you pick up on it quick
you can say you were there
again and again and again
you're jumping someone else's train
it's the latest wave
that you've been craving for
the old ideal
was getting such a bore
now you're back in line
going not quite quite as far
but in half the time
everyone's happy
they're finally all the same
'cause everyone's jumping
everyone else's train

21.11.07

poesia que é quase um poema que quase rima e que se podia chamar "o sorriso quase a rimar"

um sorriso é como um rebuçado
como uma cereja mergulhada em mel
um fino fio de seda pendurado ao vento
algodão doce mergulhado em groselha

um sorriso é maior do que os braços abertos,
os braços abertos de um gigante que nos sorri

um sorriso é até maior do que a magia do mago
e mais intenso do que o toque da fada na face da alma

um sorriso
é mais quente do que a maior fogueira alguma vez feita!

16.11.07

é um café e uma revolução sff

... por milhares de causas sempre renovadas, pela aquisição de uma multidão de conhecimentos e de erros, pelas mudanças que se dão na constituição dos corpos e pelo choque contínuo das paixões, por assim dizer mudou de aparência a ponto de tornar-se quase irreconhecível e, em lugar de um ser agindo sempre por princípios certos e invariáveis, em lugar dessa simplicidade celeste e majestosa com a qual seu autor a tinha marcado, não se encontra senão o contraste disforme entre a paixão que crê raciocinar e o entendimento delirante. [Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, p. 227] (daqui)

rousseau defendia o choque e a revolução como impulsionadores de mudança social. sem querer aprofundar muito a teoria (até porque os anos passados sobre as riquíssimas aulas de filosofia já desgastaram o que na altura estava bem presente), gostava de dizer que se exige uma revolução neste belo país, exige-se uma revolução neste país melancolicamente espraiado no atlântico.
numa altura em que alguns iluminados, viciados em números e estatísticas, defendem que a filosofia deve sair dos programas do ensino complementar, eu, humildemente, defendo que a filosofia deve ser disciplina obrigatória em todos os cursos superiores. porque somos o que as coisas do pensamento fazem de nós, porque evoluímos pensando e pensamos evoluindo, porque ainda se faz muito sem se pensar, ou, caso se pense, se faz egocentricamente, porque somos Humanos que buscam a perfeição (quer queiramos, quer não), urge saber pensar, pensar sobre o que somos, pensar sobre o que queremos e para onde queremos ir. porque crescemos a pensar e porque não somos todos eremitas, temos que habituar-nos a pensar e a fazê-lo em conjunto, conversando, discutindo, debatendo, “guerreando” se tiver que ser… mas pensar! está instalada uma crise de valores na nossa sociedade? não sei… mas se está, é porque algures no tempo deixámos de pensar nas coisas que são realmente importantes.

aproveitando esta embalagem revolucionária (que agora me começa a soar a mais um daqueles devaneios que servem para pouco mais do que entreter), aproveitando esta embalagem, defendo também o ensino da língua portuguesa em todos os cursos superiores! tenho a sensação que nem sequer vale a pena explicar porque defendo isto… basta lembrarmo-nos de um ou outro doutor/engenheiro e de meia dúzia de palavras escritas (ou ditas)… enfim…

o problema deste pequeno país, deste país pequeno, o problema não é o défice, o argumento de quarenta anos de ditadura também já não chega para explicar o “atraso”, já não faz sentido dizermos que estarmos quase isolados na extremidade deste velho continente, na cauda da europa também geograficamente. já não faz sentido arranjarmos desculpas para este “atraso”, não nesta aldeia global. o problema? o problema é que não sabemos (como) pensar e mal sabemos ler ou escrever… fica então a fórmula: Filosofia + Português = Riqueza

animation vs animator



(scuza, obrigado por me teres enviado isto:)

15.11.07

coitadinhos dos médicos...

os nossos médicos vão fazer greve no dia 30 (curiosamente, coincide com uma greve geral da função pública)... "Entre as reinvindicações dos médicos encontram-se: aumentos salariais "dignos, justos e reais", direito à contratação colectiva, direito à remuneração efectiva de subsídio de risco e pelo pagamento de horas extraordinárias."
parece que quem convoca a greve é o sindicato independente dos médicos, mas até podia ser convocada pela própria ordem dos médicos ou pela associação nacional de farmácias...
haja saúde! (e sindicalismo!)
p.II
a ordem dos médicos recusa-se a mudar o artigo do código deontológico que condena os médicos que fazem abortos. a lei mudou, o código deontológico não muda e os médicos, esses, se lhes apetecer, podem optar por não fazer abortos.
as leis são só para alguns ou o corporativismo (mais uma vez) fala mais alto?

14.11.07

O OvO

curta de josé miguel ribeiro

11.11.07

giraldo




















mais destas aqui

10.11.07

citação

“mais vale agir na predisposição de nos arrependermos, do que arrependermo-nos de nada termos feito.”
giovani boccaccio

9.11.07

história da mulher que punha perfume para ir despejar o lixo e do homem que nem after-shave usava

Ela só saía de casa para ir às compras e despejar o lixo.
Ele só saía para trabalhar.
Ela não precisava de o fazer, a herança excedia em muito tudo o que poderia gastar nesta vida.
Ele tinha que trabalhar para comer.
Ela punha perfume sempre que saía de casa. Ele nem after-shave usava.
Ela vivia sozinha. Ele também.
Ela mudou-se para a cidade e passou a ficar horas à janela.
Ele continuava a apanhar o lixo.
Ela nunca o via porque a essa hora jantava sempre enquanto via as notícias, ocasionalmente, chegava à conclusão que tanto barulho lá fora, só podia ser causado pelo camião do lixo.
Numa dessas noites, ao jantar e ao ouvir o camião, decidiu mudar a rotina e despejar o lixo mais tarde, antes do jantar (quando não vivia na cidade, fazia-lo à tarde, mas na cidade, à tarde, há muita gente na rua).
Na noite seguinte, ele, pela primeira vez na vida, sentiu um cheiro agradável enquanto saltava do camião para conduzir o caixote até ao guindaste e este até ao camião.
Nessa noite, o guindaste parou enquanto o caixote ficou a abanar e os automobilistas (à espera que o trabalho acabasse e o camião desimpedisse a rua) a apitar.
Ele estava imóvel, de olhos fechados e sorriso ténue.
Acordou quando o próprio motorista do camião começou a apitar…
A partir dessa noite, nunca mais ele cheirou o mal.
A partir dessa noite, ela só se sentiu sozinha aos domingos (que não havia recolha de lixo) ou quando os serviços municipais de higiene e limpeza faziam greve.
Foi assim sempre, até que se encontraram no mesmo dia à mesma hora, no cemitério da cidade, antes de serem fechados com terra, um ao lado do outro.

3.11.07

senso comum

ideias e ideais que não observam atentamente os contextos aos quais se devem aplicar, correm o risco de cair no vazio, de serem mal interpretados, ou até, de produzirem o efeito contrário ao desejado.

30.10.07

oiço

oiço os sonos sossegados
dos corpos descansados,

oiço corpos em quimeras
e devaneios incessantes,

oiço os sonhos findos
dos corpos esgotados,
dos corpos enfadados
que gemem acordados
os pesadelos passados,

oiço a mansidão da noite
aqui, assim
acordado e ancorado
no vento que passa.

25.10.07

24.10.07

estar

estava de olhos fechados quando te vi a olhar para mim
estavas com aquele olhar curioso de quem quer ver
estava quieto, calado e a respirar apressadamente
e tu em paz entre os teus pensamentos singulares
e eu pacífico entre os meus despensamentos dispersos

sem olhar nem pensar
decidimos estar sem dizer
sem falar nem complicar
e ficar só a apreciar
o prazer de não ser

12.10.07

adaptação

oiça lá ó marcelo, mas não é feio cuspir pó chão?
- é!
então e eu não posso cuspir pó chão?
- pode!
e se eu cuspir o que é que me acontece?
- nada!

O blogue como espaço de escrita e reflexão

Este texto é ele próprio uma escrita reflexiva, muitas das ideias expressas são frutos de momentos de brainstorming, não se revelando, por isso, frutos por aí além sumarentos aquando do seu aprofundamento.

Escrever começa por ser um acto solitário impulsionado por factores externos ou internos a cada um. Se os factores que despertam a escrita, o post propriamente dito, são de índole interna ao escritor, de carácter mais pessoal e com uma carga emocional determinante na iniciativa de escrever, aí, a escrita assume um papel que ultrapassa (para quem escreve) a importância de um post, será como que uma explosão ou uma catarse, no fundo, uma terapia.
Serve muitas vezes o post para que o autor exorcize algo que lhe vai no interior e, de alguma forma, é acalmado no acto da escrita, como um cavalo selvagem que é domesticado e se torna pacífico aos olhos do seu dono. Este valor interior que a escrita assume para o autor não se fica por aqui, muitas vezes ele escreve para si, para se encontrar, para clarificar de si e para si, questões existenciais (ou corriqueiras) que assumem traços claros e formas objectivas no desenho de cada palavra, frase ou parágrafo. É um encontro com o “eu” de cada um, onde as ideias, os ideais, as impressões, emoções e sensações se tornam esclarecidas aos olhos do sujeito que as escreve. Quantos de nós não nos surpreendemos já com algo que vimos escrito por nós próprios? Quantos de nós não assimilámos, através da escrita, auto-conhecimento que andava disperso? De facto, este processo de auto-conhecimento é outro dos valores intrínsecos à própria escrita, havendo inclusive algumas correntes da psicologia actual que olham o blog como um espaço que permite ao seu autor desencadear (consciente ou inconscientemente) processos internos de desenvolvimento pessoal (a tal terapia, o auto-conhecimento, o espaço para a extroversão através da criatividade, …).
A criatividade é outra mais valia do blog enquanto acto de reflexão. Para além da sua necessária aplicação à língua, à forma e conteúdo do texto, temos ainda a componente visual das imagens (fotografias próprias ou outras) que “valem por mil palavras” e que são um olhar pessoal sobre algo ou alguém. Facilmente e com recurso a algum software simples (como o phtoshop® ou o moviemaker® da microsoft®) o autor edita uma imagem e imprime-lhe um cunho pessoal.
A aprendizagem da língua e o treino da escrita, contribuem também para que cada blogger alimente a ideia de pensar, filosofar sobre o dia-a-dia e fazê-lo cada vez melhor, quer do ponto de vista do conteúdo, quer do ponto de vista da forma da escrita (gramática). Só por si, este valor acrescentado da utilização da língua, é um enorme contributo para o desenvolvimento pessoal e o crescimento do indivíduo enquanto ser pensante e reflexivo.
O valor da comunicação, da partilha, da exposição, da construção de opiniões, é mais uma prova da aproximação das pessoas através deste recente canal de comunicação. Mais pessoal ou mais público, o blog acaba por ser o nosso cartão de apresentação no mundo virtual, perante aqueles a quem nos damos a conhecer e com quem partilhamos as nossas “coisas”. Mesmo sendo um acto individual, o post só faz sentido se lido, tornando-se ainda mais rico quando lhe é acrescentado o feedback do comentário. Assim, são cumpridas as regras básicas da comunicação – emissor (autor), receptor (leitor), mensagem (post), canal ( blog) e feedback (comentário). Este valor comunicativo possibilita a criação ou aprofundamento de laços pessoais onde temos a oportunidade de nos dar a conhecer e a possibilidade de ir mais longe e mais fundo no conhecimento do outro e dos seus valores.
Pode haver três objectivos na realização de um post: a escrita de si para si (mais pessoal, introspectiva, reflexiva e com um carácter mais existencialista); a escrita de si para si e para partilhar (mais voluntária na partilha e tendencialmente menos pessoal); ou escrita para quem lê - público em geral ou alguém em específico – (mais atenta à mensagem e ao receptor do que a si próprio). Ao contrário das correntes actuais que sugerem um défice de socialização provocada pela Internet, o blog serve ao indivíduo como um canal de comunicação adicional ao acto de socializar. Os blogs de carácter mais público, servem ainda para criar e/ou cultivar correntes de pensamento em torno das quais se juntam grupos de pessoas que partilham as mesmas ideias sobre questões mais ou menos significativas da sociedade. Aprofunda-se assim a criação de uma cultura cujo pilar se situa na virtualidade dos ideais sociais partilhados. Pensar, reflectir e partilhar através do blog, torna-nos em filósofos atentos à sociedade e escritores amadores que partilham as suas ideias sobre o mundo e a vida.
julho de 2007

8.10.07

claridade vs transparência vs (pre) conceitos (ou quase)... não sei bem...

quando olhamos os outros pelos nossos olhos, a claridade com que os vemos a eles e às suas coisas, às de dentro, é uma claridade impregnada de coisas nossas. tenho aprendido a tentar deixar de lado as minhas coisas claras quando olho p’ra dentro de alguém. tenho tentado esquecer os meus (pre) conceitos sobre interiores quando os observo e os tento alcançar. é um exercício laborioso, é… produz resultados? ... não sei bem… continuo a achar que a claridade que pomos em cada um a quem olhamos, acaba por dizer alguma coisa de nós próprios (acabando assim por dar elementos ao outro que nos olha ao mesmo tempo que o observamos). confortável?... talvez… mas pelo menos trata-se sinceramente de nós, trata-se do eu de cada um, assim como ele é, moldado pelas coisas da vida, do mundo e da sociedade.
deixar de lado os (pré) conceitos quando olhamos alguém, significa deixar de lado aquilo que somos (lá no fundo) para olharmos o outro amoralmente, imparcialmente e de uma forma (quase) politicamente correcta.
é claro que não devemos ser (pré) conceituosos, devemos ser correctos, devemos ser (quase) perfeitos no olhar que fazemos sobre o outro, devemos olhá-lo - não com claridade, mas com transparência. é claro que devemos?... não sei bem…
(este post poder-se-ia chamar "um olhar sobre o nosso olhar" e parte do princípio que os preconceitos não são nem eternos nem obrigatoriamente negativos. parte também do princípio que o ser humano se constrói durante toda uma vida. parte ainda do princípio que "olhar o outro" é um passo - inicial - fundamental no processo de socialização e na na construção de uma relação. no fundo, este post é todo ele um (pre) conceituoso)

4.10.07

26.9.07

inside & out (+ manus scriptus inversu)

it’s not the crow of Poe
it’s not some lost soul
but shadows on my window
tell lies about my days,
they speak to me in dreams
they speak to me inside
while the church bell sings:
“it’s 4 am outside
you better run or hide”,
these shadows inside
want to leave me empty

want to steel my pride
and kill all my sense

25.9.07

tv on the radio & david bowie » province


"hold these hearts courageously as we walk into this dark place

stand, stare fast beside me and see that love is the province of the brave"

24.9.07

pois... e ainda dizem que o tamanho não interessa...

"Segundo um estudo publicado na revista Molecular Psychiatry, a felicidade humana, entendida como a capacidade de desfrutar dos prazeres da vida, depende do tamanho das regiões subcorticais do cérebro".
mais aqui

23.9.07

21.9.07

remar

será que à medida que vamos envelhecendo nos vamos cansando de remar contra a corrente? perderemos fôlego a cada derrota, a cada queda, a cada desilusão? ou será que, pelo contrário, saímos fortalecidos a cada cicatriz sarada e voltamos a remar, remar e remar. estaremos também cada vez menos disponíveis para aprender com o outro? com humildade? perderemos à medida que vamos envelhecendo, a visão lúcida do trabalho a fazer para que as coisas evoluam, andem p’rá frente? perderemos tacto? sensibilidade? perderemos a luta contra o comodismo, o facilitismo e o deixa andar? será? será que enfraquecemos também espiritualmente?
talvez dependa de alguma coisa interior, talvez não seja regra, acredito que não, acredito que é preciso ser-se muito forte para se aguentar o envelhecimento com os olhos postos no futuro e os esforços no presente, mas há quem o faça. acredito que muitos deles acabarão por desistir, eu próprio o farei. mas também acredito que outros só desistirão quando o futuro deixar de existir. vejo-os, poucos, sei, mas vejo-os à minha volta. vejo-os a lutar de dia em dia, a lutar muitas vezes acompanhados pelo cansaço da tristeza e da desilusão, a lutar todos os dias contra ventos e marés, tempestades e nortadas, a lutar para simplesmente sobreviver a este início de séc. XXI, mas a lutar. fatigados, exaustos mas de pé, a lutar, a ser exemplo para os demais.
os que não desistem, os que querem o bem e o praticam todos os dias, esses, bem hajam pelo exemplo que são.

19.9.07

razão d'evolução

antes de caminhar na vertical,
antes de opor o polegar aos outros dedos,
antes da inteligência e do aumento da caixa craniana,
foi uma instintiva capacidade de adaptação ao meio,
sobrevivência e subsistência,
que fizeram do ser humano uma espécie de sucesso.

17.9.07

foolish entertainment

quando se têm horas para matar, coisas tão simples como “palavras e expressões particularmente doces d’ouvir em inglês”, é coisa que dá para minutos de entretenimento. cria-se um ficheiro.doc e tem-se mais um brinquedo. aqui fica o puzzle construído, o lego montado, a brincadeira feita apontamento:
public displays of affection
overwhelmingly dumb
domestic graveyard
over grounded
rush hour
desk sheet
main frame
overwhelmed
glance
eclipse
sunshine
moonshine
bittersweet
evolutionary
dictionary
main frame

10.9.07

Senhor, Senhora & Respeito

há ainda hoje nas aldeias de trás-os-montes uma prática comum de tratar o outro por Senhor ou Senhora. quando a diferença de idades entre o tratante e o tratado é grande (sendo o tratado o mais velho), essa prática pode manter-se até sempre. para quem ainda não atingiu a maioridade, é prática obrigatória com quase toda a gente bastante mais velha. há ainda hoje nas aldeias de trás-os-montes, filhos que tratam os pais por Senhor e Senhora uma vida inteira. sinal distante, pai e Senhor, mãe, Senhora… sinal no entanto, de um respeito visceral por quem está disposto a dar a sua vida p’ra dar mais – às vezes o impossível – aos filhos.

gostava que tratar alguém por Senhor ou Senhora, não significasse tanta distância como parece. gostava que fosse assim, correntemente, que as pessoas manifestassem o seu respeito umas às outras. àquelas a quem se respeita, pedir-se-ia que soubessem devolver esse sinal de respeito de formas salutares, maduras e profícuas, respeitando assim o respeitador.

é mais fácil, pelas razões óbvias, respeitar os (bastante) mais velhos. mais difícil é saber-se usar do respeito, quando a “camada produtiva” da sociedade parece viver num latente, vasto e constante conjunto de competições.

5.9.07

um dois

um ano,
um amor,
um ano
depois,
pois claro,
um plano:
amar.
continuar
a crescer
e aprender,
a ser
a dois
um ser,
um ente,
entre dois,
entre as estrelas
e os vulcões.

4.9.07

o humanóide que se arma em filósofo usando um discurso cubista

ser e deixar ser. falar e escutar, honestamente. falar sobre si, ouvir sobre o outro. questionar, interrogar, perguntar o quê, como ou porquê. ouvir e retribuir, aceitar e confrontar.

ser e deixar ser, do fundo. olhar a riqueza de cada um nas suas coisas únicas, valiosas, admiráveis. dar e receber, dialogar e discutir o sexo dos anjos, ou não, discutir outra coisa qualquer, discutir dialogando sobre qualquer coisa mais filosófica, mais social, antropológica ou, quiçá, até filantropa. elevar o pensamento ao idealismo se for caso disso, mas elevar o pensamento discursante ao nível do humanamente desejável e, já que somos humanos e sonhadores, que conduzamos este pensamento na direcção do desejável (já que a realidade que temos não nos deixa ir mais longe), que conduzamos esse pensamento elevado com os gestos do dia-a-dia.

tudo na vida é apreciável, até a dor e o sofrimento o são quando nada mais nos resta. então, se até o que dói pode ser bom porque nos faz sentir quem somos, é suposto que apreciemos o que de melhor os dias nos dão, seja em casa, na família, com os amigos e até no trabalho, é difícil – não, é fodido! é fodido especialmente se encontrarmos malta que fala outro dialecto. se assim for e se formos inteligentes como somos (de tão humanos que somos), não é possível arranjarmos uma qualquer forma de comunicação?

comunicar, opinar sobre o mundo desejável, porque não? opinar, opor sem confronto, sem competição ou concorrência, opor só para enriquecer o conceito com uma visão diferente, uma perspectiva nova ou não, mas diferente.

dar e receber, ligar os humanos com os ramos interiores de cada um, uni-los com nós, uni-los com o que damos de nós e o que recebemos deles, juntar tudo ali, no mesmo sítio, juntar tudo ali e cultivar, cultivar o que se tem com quem se gosta. como se sim, como se não fosse só um sonho.

27.8.07

de deuses e santos

se deus fosse homem
meu caro
seria menos sagrado
teria sangue nas veias
e chagas na alma
não haveria cruz
nem pregos
nem santos
nem trevas
nem luz
só humanidade
de verdade
de corpo e carne
de nervo e osso

se deus fosse homem
meu caro
seria dos nobres o céu
dos desabitados o inferno
e não haveria purgatório
nem juízes nem júris
nem leis
nem prisões
nem reis
nem sermões
só homens iguais
na arte de o serem
de corpo e carne
de nervo e osso

24.8.07

2 blockbusters: 1 vazio, 1 a transbordar


esperava-se muito mas não… foi uma perfeita desilusão. um filme do tarantino que mais parece uma sessão dupla da série “o sexo e a cidade” numa versão texana. nem os diálogos entre os grupos femininos conseguem ser originais. o desepenho do kurt russel e as inspirações do “terror na auto-estrada” não chegam sequer para aliviar um bocadinho a sensação de filme vazio. o que vale é que era segunda-feira e o bilhete era mais barato…





a cultura pode ser diferente, a língua também, mas do japão a marrocos e de marrocos ao méxico, o sangue dos homens é o mesmo, é vermelho vivo. os sentimentos que toldam os dias têm o mesmo nome em qualquer lugar. no desespero, a vida tem mais sentido do que nunca. intenso, profundo, simples na forma complexa de dar destino ao acaso. um daqueles filmes que nos torna pequenos no egoísmo de quem acha que está só e nos faz crescer quando transportados para o cerne de um drama que podia ser o meu, o teu, o dele ou o dela.

23.8.07

família & sardinhas

o dia esteve particularmente fresco, o pátio está inundado de intimidades familiares que se desenrolam por entre sombras, rasgos de sol, árvores de fruto e o parque infantil da mais nova. neste lado da mesa e de frente para todo este cenário de corrupio em volta da sardinhada, assenta o laptop que serve de bloco de notas ao acontecimento. ouvem-se baixinho sonatas de beethoven majestosamente tocadas pela maria joão pires. o ar começa a ficar aquecido pelo carvão, são os homens a tratar do fogo que há-de tratar das sardinhas. as mulheres cuidam de tudo o resto enquanto a criança de três anos se aproxima com uma cadeira nos braços a perguntar o que faço, digo que escrevo e ela fica na mesma enquanto observa este gesto estranho. resiste pouco mais de um minuto e regressa à brincadeira de bonecas. os cães descansam as línguas do calor da tarde. “ó tio, come”. venham as sardinhas, vou a elas.
vale da sancha,
algures no início de agosto

22.8.07

rusty


vim!!!

imagens mais interessantes aqui

3.8.07

vou ali já venho

família, aqui vou eu! que me esperem os afectos e muito mimo, que me esperem os dias de ócio e os longos sonos, os passeios, o sol, a água e as esplanadas. que me espere o porto que já lhe tenho saudades e a berlenga que nunca me viu. até logo.

29.7.07

22.7.07

pastilha elástica para os ouvidos

quando passo longos minutos, horas, a ouvir música empacotada, acabo mais tarde ou mais cedo por ter uma desconfortável sensação de fadiga. nos momentos em que paro para escutar tudo o que oiço e a música continua lá, é como se mascasse pastilha elástica durante muito tempo e, de repente, sentisse os maxilares estafados de tanto mascanso.

20.7.07

o tempo e o mundo

o tempo não pára por nós
o tempo não espera por nós
nós temos horas marcadas
ele tem a eternidade à espera

o tempo não quer saber de nada
nem de nós nem do mundo

e o mundo tem mais que fazer
tem que viver todos os dias
e sustentar toda as vidas
de que é feito ele mesmo

o mundo é assim, grande em si
vive sem pressas nem tempo
enquanto que o tempo vive só

no meio disto a humanidade
que sem paz nem liberdade
é incapaz de largar o tempo
e viver o mundo sem amarras

avf VII

humm... breakfast?!

19.7.07

pensar sobre o que sou, o que penso que sou, fazê-lo numa espécie de brainstorming e perder hora e meia com isso, deu nisto:

na vida, nunca nada chegou até mim dizendo-me “olha pá, estou aqui e, a partir de agora, vais ter que me ter na tua vida. mas está descansado, nos tempos que vierem far-te-ei feliz”. não, nunca alguma coisa na vida se me apresentou fácil.

sempre me esforcei por ser procurador em vez de procurado, por ser mais lutador do que apostador, mais pai do que filho. procuro não perder muito tempo a queixar-me da vida que tenho, prefiro ganhar esse tempo a “amar as coisas simples” (de entre todas as que a vida me dá).

sou fiel a mim próprio e procuro não enganar, falsear, mentir, magoar, injustiçar, desrespeitar seja quem for. procuro sempre guiar-me pelo pólo positivo do átomo que é a minha vida.

sou muito orgulhoso e tremendamente teimoso mas nada rancoroso.

aborrece-me a tristeza, chateia-me a minha e a dos outros. a ignorância preocupa-me, acho-a talvez o maior contributo para a lenta evolução do homem enquanto espécie. à estupidez olho-a com uma pequena dose de desprezo, talvez não despreze tanto outra coisa como desprezo a estupidez.

sou aparentemente calmo, analítico e paciente. sou muito mais paciente do que qualquer uma das outras coisas. sou muitas vezes brusco, bruto e ríspido. sou demasiado frontal bastantes vezes. procuro ser justo e facilmente admito o erro ou o engano. não me custa pedir desculpa e faço-o sinceramente quando o faço. nunca tenho duas caras.

(parece que) sou altamente expressivo e incógnito ao mesmo tempo. (parece que) tenho o fundo muito lá dentro, que me esquivo às mãos dos outros e que tenho uma tendência natural para me proteger do mundo, da vida e do outro.

quando pareço pouco descontraído, tenso até, é porque a minha mente e a minha alma estão longe do meu corpo, noutra dimensão se for preciso.

procuro ajudar a construir com o olhar posto do médio prazo em diante. não quero para amanhã o que depois de amanhã pode ser melhor. não cultivo o interesse a pensar no fim e no ganho. esforço-me por avaliar a humanidade (mesmo que não consiga) unicamente em matéria de desenvolvimento evolutivo (a ignorância tem um peso determinante na interpretação e conclusão a que chego).

tenho uma péssima memória. como se não bastasse ser selectiva, ainda é má… (este post vai dar-me imenso jeito quando quiser saber como pensava eu que era aos trinta:))

dos mundos do amor, do dinheiro, da profissão, da saúde e da sorte, o do dinheiro sempre foi de longe o pior, o mais instável; do da saúde – felizmente - nunca me queixei seriamente; o mundo da profissão - das profissões - só me dá a ganhar (mais em condição humana do que em dinheiro); do mundo da sorte não posso dizer mal porque me vai surpreendendo aqui e ali; do mundo do amor… bom, o amor é de longe o mais difícil de gerir no meio disto tudo.

sou complicado, amo as coisas simples mas parece que gosto de complicar. sou pouco prático no dia-a-dia e muito prático no pensamento. sou alguém com quem é difícil de se lidar. vejo-me grego para lidar comigo próprio.

fazer, pensar, construir e criar são quatro verbos que tento pôr em acção nas coisas em que ponho de mim.

é mais fácil ser convencido se não estiver em jogo um qualquer duelo. a meiguice facilmente derrete qualquer gelo ou icebergue cá de dentro.

sou bastante ingénuo. às vezes naturalmente, outras vezes porque é o mais cómodo (seja do ponto vista da emoção ou do intelecto). sou parvinho de vez em quando. sou parvo menos vezes (acho…). também sou capaz de ser estúpido, mesmo estúpido (e com isso sentir-me mal comigo próprio como poucas vezes me sinto).

os dilemas interiores impregnados de um carácter moral, sempre me deram muito trabalho a (di) gerir.

sou de processos lentos e detesto arrepender-me. demoro muito tempo a tomar uma decisão porque tento precaver qualquer factor que possa vir a fazer arrepender-me pela decisão que acabo por tomar.

inesperadamente (até para mim), de vez em quando sou impulsivo e atiro-me de cabeça sem pensar nisso. às vezes dou-me bem, outras vezes dou-me mal.

espero muito das pessoas, espero muito, especialmente daquelas de quem gosto, espero ainda mais delas quando as admiro. sou demasiado exigente com elas às vezes, crio expectativas altamente confiantes. acho muitas vezes que os outros gostam menos deles próprios do que aquilo que deviam gostar. também acho o contrário mas acontece-me muito menos vezes.

sou relativamente conservador em algumas coisas e aprendo todos os dias a ser cada vez mais tolerante com outras. encaro o mundo pelo prisma da “liberdade, igualdade e fraternidade”. luto por isso no pouco que posso. sou um homem de esquerda, republicano e laico.

(uffa!…)

já chega, já desabafei, já tive a minha terapia, a minha catarse, o meu momento de (re)criação, de pensamento feito palavras, de esboço de mim. fica aqui, assim como está.
(apontamentos de um vigilante florestal (VI) no início da madrugada mais ventosa, mais fria, mais solitária e mais triste).

18.7.07

avf V

onde se meteu a passadeira???

16.7.07

apontamentos de um vigilante florestal IV

amanhece calmamente este dia de julho
o sol atrasa-se ao encontro marcado
e, ainda estremunhado
demora-se escondido nas nuvens feitas cama
enquanto a terra, calma, agradece a demora
e aproveita para se refrescar

o homem saboreia o atraso a descansar
descansa do torpor que é acordar com calor
e goza o viço a refrescar o pensamento
a olhar a vida com alento
e o contentamento
de quem ama as coisas simples

vai folhando jornais enquanto bebe café
fumando cigarros e ouvindo melodias barrocas
vai parando para olhar este dia no mundo
mais um dia vestido de azul e branco
sobre uma terra de castanho fundo
povoada de verde vida
onde o ar traz cantos de pássaros
cheiros de árvores
e borboletas nas mãos

15.7.07

o gato & o rato

apontamentos de um vigilante florestal III


dia 15 de julho.
7 da manhã.
vigilância dia 11.

(raposa)

14.7.07

a importância das coisas

a importância das coisas não é maior ou menor
a importância das coisas não tem peso nem medida

cada um tem a sua medida e o seu peso para cada coisa mais ou menos importante
não há importância que pese e meça EXACTAMENTE o mesmo para duas pessoas

(é uma merda mas temos que viver com isso...)

13.7.07

"caffeine is the drug that made the modern world possible"

"For most of human existence, your pattern of sleeping and wakefulness was basically a matter of the sun and the season," explains Charles Czeisler, a neuroscientist and sleep expert at Harvard Medical School. "When the nature of work changed from a schedule built around the sun to an indoor job timed by a clock, humans had to adapt. The widespread use of caffeinated food and drink—in combination with the invention of electric light—allowed people to cope with a work schedule set by the clock, not by daylight or the natural sleep cycle."
Scientists have developed various theories to explain caffeine's "wake-promoting" power. The consensus today focuses on the drug's interference with adenosine, a chemical in the body that acts as a natural sleeping pill. Caffeine blocks the hypnotic effect of adenosine and keeps us from falling asleep.

11.7.07

apontamentos de um vigilante florestal II

dia 11 de julho. uma e trinta da madrugada. vigilância dia 8.

a noite volta a ser pródiga na escrita. abundante também no vento. lá fora as luzes iluminam os sonos de quem dorme, os caminhos de quem passeia, os pensamentos de quem pensa, os risos de quem ri e as lágrimas de quem chora. lá, nas luzes, o vento é menor. aqui, faz concorrência à ópera da antena dois e ao constante ruído (como se de uma ventoinha de um computador se tratasse) do aparelho que transforma a luz do sol na luz que ilumina a torre, no computador que me serve e no rádio que toca. fumo, fumarei até ser dia, fumarei entre 10 a 15 cigarros e fumá-los-ei com muito gosto. aqui não há fumadores passivos! (só para comemorar, vou fazer uma pausa para enrolar outro e pensar nas coisas sobre as quais hei-de continuar a escrever).

já está. menos de trinta segundos, acendo-o… um segundo. já fumo. fumo e só me lembro de escrever sobre aquilo que mais me toca agora. sobre a voz imperceptível que toca no rádio, na rádio, imperceptível e de mulher que sofre, que sofre em italiano e canta o sofrimento com o mesmo prazer com que eu fumo este cigarro. na verdade, vou continuar a apreciar o cigarro e a rádio, vou poupar energia e desligar a luz, deixar a vela a arder e dedicar-me durante uns minutos a isso, ao cigarro (até acabar), à ópera, à luz ondulante da vela, ao vento e, claro, aos aglomerados de luzes civilizacionais (pena o tecto da cabana não ser em acrílico para poder apreciar as estrelas no meio disto tudo).

8.7.07

6.7.07

racionalizando

racionalizo para tornar mais seguras as emoções, as sensações e as impressões. acabo por debitar esta segurança na espontaneidade que imprimo às coisas. um pau de dois bicos esta mania de racionalizar… se por um lado me ajuda a obter uma certa clareza no pensamento que faço da vida (mesmo que - na realidade - esteja errado), por outro lado, reduz as probabilidades de agir espontaneamente e sem conceitos à priori sobre a realidade com a qual me deparo no seu estado "puro". às vezes apetecia-me fazer menos exercício intelectual durante a assimilação que faço das coisas da vida e do mundo. mas só às vezes.

correntes pessoais dos géneros musicais de referência

o jazz é abstracto
o rock é minimalista
a mússica clássica (gostava que tivesse outro nome...) é impressionista

3.7.07

apontamentos de um vigilante florestal

1 de julho. 11 da noite. vigilância dia 1.

(lua)

mais uma lua cheia, hoje vejo-a no telescópio, mais perto, mais próxima. hoje como nunca, vejo-lhe as cicatrizes provocadas por colisões galácticas e observo todas as rugosidades do seu solo. assim, olhada de perto, parece menos pura, mais marcada pela vida, mais real, menos lírica, a lua.

(canso-me de mim)

como se não bastasse a solidão da torre e a imensidão da terra, para onde quer que olhe vejo-me a mim. revejo-me espelhado em cada vidro que me separa de tudo o que me transforma num vigilante florestal. varro consecutivamente o horizonte com olhar de predador, um predador em busca de incêndios. canso-me de me ver no reflexo dos vidros de cada janela, reacendo o cigarro e revejo-me outra vez no horizonte, antes das luzes que lá fora brilham enquanto cá dentro me volto a cansar da solidão obrigatória. meia hora e vou-me embora, 24 horas e estou cá outra vez. estamos cá, vigilantes da floresta.

29.6.07

the last knit

obsessiva compulsiva???

estória do gato e da lua

nada original mas teve que serrrrrrr.... miauuuu....

27.6.07

por cá

gostava tanto de viver até aos trezentos anos. gostava tanto que aos duzentos e cinquenta conseguisse ainda ler este times new roman de tamanho 12 à distância a que o leio agora. gostava tanto de pensar como penso e ser ainda uma criança. de ser um escritor de emoções sem sequer saber ler, de ser um comunicador de trivialidades no turbilhão de um mundo significante. um eremita das luzes na notoriedade das sombras. presença do vazio na discrição do absoluto…
mas andar por cá, mais duzentos e setenta anos por cá, no meio dos valiosos e sem desprezo pelos desafortunados, atento ao mundo, a dar e a receber dos que gosto, sempre a crescer, na boa, a crescer p’ra ser, p’ra ser mais e maior e estender os braços a quem também quer ir, em frente, a crescer. gostava que todos acreditassem no que são e permanecessem comigo por mais duzentos e setenta anos, sempre a ser, a acreditar e a crescer. gostava, gostava muito, gostava mesmo muito que assim fosse.

25.6.07

novidade?

"1º ciclo:
estudo defende enriquecimento curricular numa perspectiva lúdica.
(e não com mais horas de aulas)"
21.06.2007 - 16h22 Lusa (público online)

é pena que uma coisa tão óbvia não seja vista naturalmente por todos os envolvidos na Educação deste país. não, tem que vir um estudo das caves académicas de coimbra para que a malta possa (ver para) crer que é mesmo assim...

23.6.07

the heat is on

sunshine days
summertime

sometimes off
sometimes fine
sometimes on
sometimes out

don’t shout
don’t scream
let me dream
before sunrise

20.6.07

fr(ágil)

põe-me o braço no ombro
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente
não me dou a ninguém

faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais

está a saber-me mal
este whisky de malte
adorava estar "in"
mas estou-me a sentir "out"

acompanha-me a casa
já não aguento mais
deposita na cama
os meus restos mortais

frágil
jorge palma

19.6.07

outra espécie d'escrita

estava em frente ao espelho enquanto se ouviu dizer: “achas-me sensual? quando olhas p’ra mim tens vontade de me dar prazer?”, disse isto enquanto se olhava à espera de se ver na resposta que ouvisse dele. ele, que ia pegar na escova de dentes, parou sem que a escova chegasse a sair do copo, ela, apressando-o, pediu-lhe que respondesse depressa, sem pensar. ele disse que eram duas perguntas, que se ela quisesse uma resposta sem pensar, seria um “sim” a cada pergunta. ela ia dizer qualquer coisa mas ele não deixou, num gesto repentino tapou-lhe a boca com uma mão enquanto a outra se cravou à anca e percorreu um movimento suave de fora para dentro e de cima para baixo. a meio deste movimento, já os dentes haviam sido substituídos pelos lábios molhados no pescoço dela. a mão da boca afastou-se para o outro lado do pescoço enquanto a outra parou para dar liberdade aos dedos. os lábios descolam do pescoço e os dentes dedicam-se a mordiscar cada cartilagem da orelha. o corpo dela já não resiste quieto, a boca deixa-se ouvir a respirar e as mãos agarram-se a qualquer coisa, ao lavatório. ela, que já se tinha esquecido do espelho, lembrou-se de se olhar enquanto mulher embalada para o prazer. gostou de se ver, não evitou o sorriso e olhou-o no espelho, viu-o a olhá-la enquanto deixava a língua deslizar para dentro da orelha dela. sorriram ao mesmo tempo e, sem abandonarem o prazer, fecharam os olhos antes de continuarem.

18.6.07

"all cats are grey" (are they?)





















































os ET's são Humanos!

os seres humanos existem há muito, muito mais tempo do que aquele que se diz. o que acontece é muito simples: os seres humanos (com uma história muito mais longa do que a nossa) resolveram procurar um planeta com as mesmas características do planeta em que vivem (sabe-se lá em que sistema solar ou galáxia). encontraram o planeta ao qual nós chamamos terra. para conhecerem as suas próprias origens e assistirem a todo o processo evolutivo da espécie, depositaram uma única célula na terra e limitaram-se a assistir e a registar toda a evolução (imagino que se devam divertir à brava).

17.6.07

15.6.07

-me

fala-me

cala-me

ouve-me

foge-me

diz-me

olha-me

deixa-me

toca-me

cheira-me

bate-me

morde-me


morde
mor
de
me

11.6.07

diz o ET ao Humano

juntem-se os humanos,
face a face,
juntem-se e oiçam-se,
digam-se sem preconceitos,
sem máscaras,
sem muralhas,
sem merdas,
só humanos.

juntem-se os amigos,
conversem,
contactem,
com tacto,
com tudo
o que vai lá dentro,
com tudo de bom,
com honestidade,
com frontalidade,
com amizade,
com certeza.

juntem-se enquanto vivem o vosso tempo,
juntem-se, entreguem-se e permitam-se,
permitam-se receber,
deixem-se viver do acordar ao adormecer,
deixem-se viver,
viver enquanto é tempo,
viver enquanto há tempo.

5.6.07

facto

um barco. uma tripulação que navega junta há anos. atravessaram ventos e tempestades, passaram por calmarias e dias de sol mas continuam lá, no mesmo barco. nas alturas em que alguém estava prestes a saltar, nunca conseguia, nunca ninguém deixou alguém saltar. na última viagem desta tripulação e com a costa a dias de distância, o leme está seguro, sempre esteve, ora um, ora outro, sempre houve alguém que em alturas de crise teve a força necessária para os segurar, ao leme e ao barco. em momentos diferentes, todos foram remadores e almirantes, todos foram a peça fundamental do puzzle do barco que navega no mar da vida, todos foram a madeira com se constrói um barco sólido e as velas com que se apanha um vento de futuro, todos foram mastros imponentes feitos de nobreza, justiça e solidariedade. às vezes piratas, às vezes soldados, às vezes risonhos ou silenciosos, outras vezes simpáticos ou duros, deram-me tanto daquilo de que hoje sou feito e de uma forma tão rara, que dificilmente encontrarei outro barco tão cheio de humanos construidos de tanta humanidade.

a gift





















encontrei-a ali enquanto folheava o álbum digital e ouvia pascal comelade

4.6.07

de repente

este calor veio quente, demasiado apressadamente
veio por entre ventos leves de hábitos nocturnos
trazido por gente ansiosa e sedenta de calor
por gente desejosa de praias, ribeiras e lagos,
por gente que sente na proximadade da água
a fuga de dias tórridos e de sóis luminosos,
por gente que liberta nesta natureza viva
o maçador constrangimento de dias ociosos...
veio mesmo muito quente e de repente
este calooooooooor...

30.5.07

aqui

exércitos de nuvens de algodão doce
adoçam o olhar de quem abraça o céu
puro azul, manchado de branco celeste
banhado com a luz de um sol generoso
e a frescura de um vento feito de seda

vejo em todas as cores da terra
todos os reflexos de mim mesmo
e sinto-me em casa lá no meio
no meio daquele eterno abraço
daquele que os une, lá longe
o céu à terra

e
lá longe
nesse horizonte inalcançável
sei o paraíso
um paraíso feito de cantos de pássaros
de rios que correm ansiosamente para o mar
e de flores que compõem sinfonias
melodias feitas de cores e cheiros

é lá
é aqui
entre o céu e a terra
embrulhado por esse eterno abraço
que sei o meu lugar

29.5.07

(alentejo) seen from the train

é o nada com nada em volta
e umas pequenas árvores no meio
nenhuma das quais claramente verde,
lugar que nenhum rio ou flor visita.
se houver um inferno, encontrei-o,
porque se não for aqui, onde o diabo está ele?


tradução de um Pessoa
tirado do blog de um amigo

exercise in blue

red exercise

27.5.07

(des)fragmentação?

a alegria,
a felicidade,
não se espera,
não se adquire,
não se projecta,
não se idealiza,
não,
procura-se,
busca-se,
efectivamente,
activamente,

e,
se tiver que ser,

que se sofra,
que se perca,
que se mostre
a alma e o coração,
como eles são,
assim,
à procura dela,
da felicidade.

e se assim
te quiserem,
então,
que se avance,
que se escolha
um caminho
e que se caminhe
mesmo,
sem metáforas,
sem esquemas,
sem medos,
sem merdas,
que se caminhe,
mesmo!

porque é aí que elas estão,
a alegria e a felicidade,
é aí,
na tua mão.

26.5.07

23.5.07

3 de quarta

apetece-me escrever outra vez. outra vez impulsivamente. sinto uma necessidade urgente de passar para o papel algo que vai cá dentro mas ainda não se manifestou, algo que até aqui desconheço e que mesmo assim me obriga a escrever. música! já está, já lá estava o cd, nem que quisesse encontrava algo melhor, é só o play e o volume, já está, wim mertens. ai… cigarro (ou quase só), um porto, doce, vinho, vintage, só um para adoçar a palavras e a boca, um copo, já vou. já venho… já está, um copo usado, usado de porto, meloso, intenso, imenso, quente, doce, fresco depois do trago, a pedir outro golo, já vou, antes o cigarro… já continuo… agora enrolo… já está enrolado, a ser fumado, continuo, nas teclas pequenas do laptop, continuo, compulsivamente a escrever, a escrever sobre quê? sobre nada, sobre a escrita, sobretudo, sobre tudo, sobre a mesa, o cigarro, o porto, a música e os gatos, a m. que finge não ver porque respeita este espaço e o entende, quer-me mesmo assim, lá longe, do outro lado a escrever, a escrever como um louco, como um homem possuído pelo banal, possuído pelo fumo, pelo liquido, possuído pela música e o pelo ambiente, por tudo o que se move e por tudo o que permanece, pelo que mostro e o pelo que escondo, pelo que escrevo ou deixo por escrever. vem e diz-me que se vai, que me quer mas que me quer deixar aqui possuído pela escrita. peço-lhe que fique, peço-lhe que (se não se importar) oiça o que me possui, agora. paro, paro e leio-lhe o que me possuiu até este ponto, este ponto aqui » . depois, depois não escrevo mais, fico aqui, neste ponto, neste aqui » .

19.5.07

será?

Porque é que há gente de língua tão grande e alma tão pequena?

Porque é que há gente tão vazia de vida que ocupa os espaços de outras vidas?

Porque é que há gente que vive, qual parasita, nas vidas de outra gente?

Porque é que há gente que olha a gente em perspectivas verticais?

Porque é que cada um não luta pelo seu bem e fica bem com o bem dos outros?

Porque é que não lutamos todos pelos bens que nos são comuns?

Porque é que a moral tem tantas caras?

Porque é que se continuam a alimentar coisas como o ódio, a raiva ou a vingança?

Será que é porque, de facto, há gente muito grande e gente muito pequenina?

16.5.07

Pessoa, pessoa e eu

se Pessoa não fosse pessoa
se fosse só um homem só
um errante inconstante
um ser dividido

perdido

uma alma sem calma
num sossego desassossegado
um fantasma de si mesmo

que mesmo assim foi génio
no género literário de se mostrar

ao mundo

na escrita dita como ela é
como ela serve o homem só
na servidão d'uma imensidão
que a solidão não consegue prender

se assim não fosse Pessoa
seria eu menos pessoa assim?

14.5.07

já agora e a propósito

para se ouvir música clássica, basta ouvir sem preconceitos, sem se pensar que é coisa de gente erudita ou entendida na matéria. nada disso, a música está lá, estão lá os instrumentos e os seus executantes. a arte é intemporal, a música clássica também. pode-se gostar ou não, mas é preciso que se oiça, que se oiça alto e em bom som como fazemos com qualquer música que queiramos ouvir com o ouvido de quem observa.

assim de repente, poderia dizer que mozart é genial, toda a sua música é perfeita, nunca nada (a)parece fora do lugar. apocalíptica ou introspectiva, a música prima pela coerência e clarividência na diversidade e na complexidade sonora. é música completa, perfeita.

se falasse de beethoven, aplicaria os mesmos adjectivos excepto a clarividência. com beethoven a música é mais crua, mais bruta, mais emotiva porque (se nota) impelida pelo sentimento. enquanto que com mozart a se sente a perfeição musical, com beethoven não há metas, a música está lá para musicar o sentimento.

9.5.07

"e pur si muove"

a terra move-se e a lua tem fases...
fólio de galileu onde retrata as fases da lua

existencialismo romântico

não tenho nem a experiência nem a sabedoria para falar legitimamente sobre a arte de viver. mesmo assim, apetece-me tecer duas ou três considerações pseudo-existencialistas a propósito da beleza da vida que se encontra no dia-a-dia, à noite ou de dia, aqui e ali, na rua ou no café, no café ou na torrada, na cor das flores, nos dias de chuva, no som das ondas, enfim, três ou quatro considerações que, como se vê, se fazem entoar de um certo romantismo.

chamar-lhe-ei então existencialismo romântico num parágrafo e diz assim:

saber-se parte integrante do aqui e agora. saber-se animal entre os sociais e social entre os animais. saber-se digno, de si pra si e com os outros. saber-se sentir um ser moral com valores assentes em pilares de verdade e honestidade. saber-se sentir cidadão entre cidadãos. saber sentir-se um irmão. saber ver no passado aquilo que interessa e engulir ou cuspir o que faz perder tempo. saber ver no presente a oportunidade de crescer ainda mais. saber ver no futuro um caminho e não uma meta.

(- se eu sou assim? nem mais nem menos do que tu... às vezes mais, outras vezes menos.)

6.5.07

4.5.07

meaning...?
i see...
well...
it's mee.


nas fotos: o artista
na lente: o verdadeiro artista

marioneta-pirata

à base de algodão e osso de cão






1.5.07

maybe untitled

maybe tomorrow
maybe today
maybe to see
maybe to say

maybe i may
maybe i’ll stay
maybe you’ll run
too far away

maybe i’ll pray
just for one day
for you to loose
for you to lay

29.4.07

foi agora mesmo

as luzes da cidade acabaram de se apagar.
ia jantar quando se acenderam.
mas agora,
agora vou dormir.

24.4.07

caos? nah!



dificilmente voltarei a sentir tanto humanismo por metro quadrado como muitas vezes o experimentei na sala que acolhe esta mesa.

19.4.07

carta aberta ao irmão

não te digo nada porque te sei bem. não te pergunto porque te quero olhar quando me responderes. acompanho-te no cantinho virtual, claro que sim, todos os dias. tens o que há muito merecias. tens que não pensar muito sem nunca deixar de pensar. tens que aproveitar. tens nas mãos a vida que é só tua. tens nas mãos a felicidade que pode ser a de mais alguém. se tiveres dúvidas e dilemas que te assaltam de passagem, não te admires, és tu. se insistirem em não passar, não penses muito na razão porque ela pode até nem existir. o hoje que és, é o fruto do que até aqui foste, amanhã és outro, mas não te preocupes, és tu a viver os dias, a vi-vê-los!
estou tão curioso que começo a achar que este post serve só para me libertar desta curiosidade. sou pouco curioso como sabes, mas tenho andado com uma vontade incontrolável de querer saber. já não falta muito, sei... eh pá... mas tou tão curioso!

18.4.07

apetecia-me

apetecia-me escrever mas não sei bem o quê, apetecia-me gritar ao ritmo do quinteto do miles, apetecia-me poder voar e levar-te comigo, apetecia-me ser parisiense, apetecia-me morrer aos 500 anos, apetecia-me uma guiness, apetecia-me ouro sobre azul, apetecia-me ser sol e aquecer um mundo inteiro, apetecia-me ser água e matar a sede a quem a tem, apetecia-me ser peixe e ver o fundo do mar, apetecia-me ficar aqui a noite inteira a escrever sobre o que me apetecia... mas já não me apetece mais...

17.4.07

3

...

15.4.07

11.4.07

p'ra ti

parece que levanto muros em meu redor?
parece que faço descer cortinas à minha frente?
parece que são de ferro as cortinas que desço?
e de toneladas as pedras que empilho?

parece?

às vezes parece...
às vezes são defesas,
às vezes são necessárias,
às vezes são estúpidas,
(muitas vezes desnecessárias, com certeza...)
outras vezes,
só parece...
mas sempre,
sou sempre eu.

gosto de quem gosto,
(mesmo que o diga poucas vezes),
mesmo que às vezes,
não pareça,

gosto de ti,
(porra!)

ao jantar...

ao jantar, a m. dizia que quem passa uma vida a lutar, não consegue, depois da luta, olhar as coisas como uma conquista, há sempre mais por que lutar.