reserva

a minha alma carece da reserva como o meu corpo da água.
é no silêncio da solidão que me encontro e desencontro para voltar a reencontrar-me.
é neste constante movimento que me conheço, que absorvo o que interessa ou expulso o acessório…
como se me voltasse para dentro e todo eu fosse costas.
é na reserva que sou eu e aprendo a conhecer ou outros, é na discrição que me revelo sem me fazer ouvir. é lá que sou (mais) eu.
sem isto, enlouqueço, perco-me e torno-me insuportável até para mim próprio.

que futuro?

"UNICEF: Portugal nos últimos lugares em matéria de bem-estar educativo (mas à frente de EUA e Reino Unido). O relatório prova que não há relação entre o bem-estar infantil e o PIB."

(mais aqui)

isto só prova que não temos que ser um país rico para darmos do melhor às nossas crianças...

pretéritos imperfeitos conjuntivos + condicional

Se o crescimento parasse,
Não haveria grandiosidade
Se o conhecimento andasse,
Haveriam muitos coxos
Se o momento abrandasse,
Não haveria quem se atrasasse
Se a sensibilidade molhasse,
Haveriam secas extremas
Se o arrependimento matasse,
Não haveria humanidade
Se a paixão congelasse,
Haveriam muitos icebergues
Se o amor encontrasse,
Não haveria quem se perdesse
Se a amizade ganhasse,
Haveriam muitos vencedores

iinnnnneeeeeeee

intenso
imenso
não penso
não venço
não finto
não minto
mas sinto
e vou
e sou
e estou
e venho
e tenho
e sonho
e ponho
e pronto

everlasting love

"Um grupo de arqueólogos em Itália encontrou dois esqueletos humanos abraçados, sepultados há 5000-6000 anos. A descoberta foi feita num local de escavações perto de Mantova e entusiasmou os historiadores. Os dois esqueletos devem ser de um homem e de uma mulher, embora isso ainda necessite de confirmação. O casal morreu jovem porque a maioria dos seus dentes estava intacta e pouco desgastada. Os testes a que vão ser sujeitos vão, provavelmente, acabar com este abraço de vários milénios. Foto: Reuters."

no público on-line de hoje

(en)lightened bathroom

vivaldi » 4 estações » verão » "presto"

voltou...

qualquer dia perco a cabeça... um mês depois alguém me abordará e dirá (com a minha cabeça nas suas mãos): "não tinhas perdido isto?"

diálogo tardio com a consciência que cá vai

estive quase a ser egoísta. estive quase a escrever sobre a solidão dos presidentes. mas não, não o fiz, levei imediatamente um puxão de orelhas da consciência que me perguntou:
- a solidão dos presidentes?! então e os outros combatentes, sim, aqueles que a dada altura decidiram embarcar numa luta que começou por ser só tua??? não me venhas falar de solidão ó meu grande merdas!
respondi:
- tens razão consciência... mas eu ia falar de uma solidão que me assalta aqui e ali, e que ali, há pouco, naquele lugar destacado de tudo o resto, me fez sentir só, a ser julgado, só.
- não serás tu que procuras ver o julgamento dos outros?
- não, eu procuro saber se é este o caminho que a tal luta deve tomar, procuro saber se há outros que entendem e querem a luta pela qual dou a cara.
- outros?
- sim, outros para além daqueles que não só abraçaram a luta como dão do seu "sangue, suor e lágrimas", os outros por quem lutamos. entendes consciência?
- não, já assumiste o meu papel... como é que queres que entenda?
- deixa-te de merdas e deixa de jogar à defensiva, estava só a expor a análise que faço da coisa.
- e precisas então de saber se há, para além de ti e dos teus, se há outros que acreditam na luta?
- não, eu poria as coisas d'outra forma: eu TENHO que acreditar que o caminho que a luta toma, é o caminho que a maioria deseja, só isso.
- ah, a maioria e a sua mania de democracia...
- pois... às vezes esquecemo-nos que a política não é só para os políticos...
- olha, eu cá p'ra mim fazia como os gregos quando inventaram a democracia?
- ?
- simples: todos os cidadãos são chamados (por sorteio) pelo menos uma vez na vida a governar o estado e a cumprir um mandato.
- tá bem mas atenas era só uma cidade, além disso, havia de ser bonito com os cromos todos que cá temos!