20.2.10

a citação d’hoje também fica cá em língua portuguesa. numa tradução caseira mas fiel o suficiente para se chamar tradução.

"a mais importante de todas as ciências que o homem pode e deve aprender, é a ciência de viver de maneira a fazer o menor mal possível e o maior bem possível."


leo tolstoy 1828-1910
 

quando a dúvida nos assalta

«A empresa tinha aceite» uma determinada proposta, ouviu-se (…) num noticiário. «Tinha aceite» ou «tinha aceitado»? «Tinha entregue» ou «tinha entregado»? «Tinha eleito» ou «tinha elegido»?

A dúvida pode surgir porque estes verbos têm dois particípios passados, um regular, com a terminação em -ado ou em -ido (aceitado, entregado, elegido), e um irregular, reduzido (aceite, entregue, eleito). Existindo as duas formas, vamos, então, ver em que situações se utilizam.

A regra é esta: usa-se o particípio passado regular quando o auxiliar é o verbo ter, e o irregular quando o auxiliar é o verbo ser ou o estar.

Alguns exemplos:

(1) «Os empregados têm aceitado as propostas. As propostas foram aceites. As propostas estão aceites.»

(2) «Os alunos têm entregado os trabalhos a tempo. Os trabalhos foram entregues. Os trabalhos estão entregues.»

(3) «A assembleia tem elegido o presidente à segunda volta. O presidente foi eleito. O presidente está eleito.»

Assim, na frase com que iniciámos este texto, deveria ter sido usado o particípio regular: «A empresa tinha aceitado a proposta.»

Exemplo de outros verbos com dois particípios passados: expulsar (expulsado e expulso), salvar (salvado e salvo), exprimir (exprimido e expresso), extinguir (extinguido e extinto).

Há, no entanto, dois verbos em que por vezes se usa indevidamente uma forma irregular como particípio passado. São eles empregar e encarregar. Deverá ser usado apenas o particípio passado regular — empregado e encarregado (e não “empregue” e “encarregue”) —, referindo-se, por exemplo, que as pessoas «foram encarregadas» de uma tarefa e que «foram empregados» todos os meios disponíveis.


ciberdúvidas da língua portuguesa
maria regina rocha


já agora...
somos o "12.º lugar abaixo da média dos países da ODCE no que toca ao desempenho linguístico."

11.2.10

atão tão a gozar c'a gente?


"Quatro maiores bancos portugueses lucraram 4 milhões por dia"

atão não vivemos a mais grave crise económica das últimas décadas? atão esta crise não teve na sua origem algumas más práticas bancárias? atão o governo não andou a injectar (o verbo alude à dependência de uma substância chamada moeda) dinheiro nos bancos? atão não é hoje mais difícil arranjar crédito num banco? atão não anda por aí muita gente a viver à rasca para poder pagar o empréstimo? 

esta notícia parece uma anedota. mas não é. 
neste país, a rapaziada dos bancos goza com toda a gente e toda a gente baixa a bolinha porque toda a gente depende do dinheiro que eles emprestam. e é se querem!