30.3.07
29.3.07
27.3.07
sobre viver
sobreviver é também sobreviver, como se à vida, a vivêssemos de sobra, como se lhe bebêssemos tanto, tanto, que mergulhamos sempre até ao fundo em todas as suas dimensões.
às vezes, tenho a sensação que o cepticismo e a racionalidade, quando se misturam, fazem-no só para nos complicarem essa vida.
24.3.07
profissão: criança
das 9 da manhã às 5 e meia da tarde (8 horas e meia por dia), uma criança de 7 anos tem, em média, uma hora para almoçar, 6 horas para aprender e pouco mais de uma hora para brincar.
desde logo, as 8 horas por dia fazem-nos lembrar o horário de quem trabalha. os pequenos lanches, porque o tempo de brincadeira é escasso, são comidos apressadamente antes de se começar a brincar ou, pelo contrário, são comidos nos intervalos das respirações rápidas próprias de quem vem de brincar mas já devia estar a “trabalhar”.
como se não bastasse, ouviu-se hoje na rádio a vice-presidente da confap (confederação nacional das associações de pais) defender uma escola aberta das 7 da manhã às 8 da noite... sim senhor! eu até sugeria dormitórios para as crianças. assim, os pais que não pudessem oferecer tempo de qualidade em família aos seus filhos, deixavam-nos lá a dormir, a comer, a tomar banho, a fazer os tpc, a ver uns desenhos animados e a jogar playstation ou computador. ou seja, bom, bom, era uma escola a funcionar 24 horas por dia, 5 dias por semana (em alguns casos, quiçá, a funcionar também aos sábados até à uma da tarde!). se assim fosse, os pais já podiam ser pais apenas para as coisas boas e em espaços de tempo em que isso lhes fosse conveniente!
desde logo, as 8 horas por dia fazem-nos lembrar o horário de quem trabalha. os pequenos lanches, porque o tempo de brincadeira é escasso, são comidos apressadamente antes de se começar a brincar ou, pelo contrário, são comidos nos intervalos das respirações rápidas próprias de quem vem de brincar mas já devia estar a “trabalhar”.
como se não bastasse, ouviu-se hoje na rádio a vice-presidente da confap (confederação nacional das associações de pais) defender uma escola aberta das 7 da manhã às 8 da noite... sim senhor! eu até sugeria dormitórios para as crianças. assim, os pais que não pudessem oferecer tempo de qualidade em família aos seus filhos, deixavam-nos lá a dormir, a comer, a tomar banho, a fazer os tpc, a ver uns desenhos animados e a jogar playstation ou computador. ou seja, bom, bom, era uma escola a funcionar 24 horas por dia, 5 dias por semana (em alguns casos, quiçá, a funcionar também aos sábados até à uma da tarde!). se assim fosse, os pais já podiam ser pais apenas para as coisas boas e em espaços de tempo em que isso lhes fosse conveniente!
tenho a perfeita noção, não sendo pai, que posso estar a ser altamente injusto. contudo, partilho dessa opinião que diz que a escola ensina mas os pais educam. mas, mais importante do que isso, é preciso deixar os putos brincar e dar-lhes tempo para o fazerem livremente!
22.3.07
20.3.07
teocentrismos, geocentrismos, heliocentrismos & egocentrismos: capítulos de uma humanidade à procura do melhor "centrismo"
começámos por ter na natureza os deuses do universo.
pusemos figuras humanas a dominar as forças daquela natureza e acabámos por encontrar um homem de carne e osso, o deus (ou o seu filho, ou não) que domina qualquer força (até a da morte).
até copérnico ter reparado (e galileu confirmado) que o sol não se mexia mas era a terra que girava em seu redor, era mais fácil explicar o inexplicável.
luta após luta, os deuses foram perdendo cada vez mais terreno até que a humanidade, cansada de ser deixada para segundo plano, explora o desconhecido e explode nas artes uma nova forma de se olhar a si própria:
nem natureza, nem deuses, nem sóis nem terras, é a humanidade quem deve estar no centro de tudo, uma humanidade renascida.
o problema: a coisa tornou-se tão humana, que cada um acabou por atirar para o centro de tudo o seu ego.
16.3.07
what's the point?
- what's the point of the previous post?
- none...
- none?
- it was written by the whiskey...
- oh... i see... and now that you hangover, how do you feel looking at it?
- i feel like erasing it...
- dont do that!
- why not?
- because it's pointless.
- so is the post...
- so dont make it pointless twice.
- ok.
- none...
- none?
- it was written by the whiskey...
- oh... i see... and now that you hangover, how do you feel looking at it?
- i feel like erasing it...
- dont do that!
- why not?
- because it's pointless.
- so is the post...
- so dont make it pointless twice.
- ok.
monodialogue
- So...?
- So what?
- What about it?
- What about what?
- How was it?
- How was what?
- The set.
- Oh… Same old same…
- Meaning…?
- Meaning, “no surprises”!
- Is that bad?
- Who said that?
- No one…
- And… the question was? …
- Simple!
- …
- How are you?
- Not surprised.
- lol
- Yep!
- But…
- But what?
- Did she…?
- Didn’t you ear me? “n_o__s_u_r_p_r_i_s_e_s”!
- :/ oh... and the brotherhood?
- There!
- Oh… good god!
- What?
- Not alone!
- No, not at all!
- So what?
- What about it?
- What about what?
- How was it?
- How was what?
- The set.
- Oh… Same old same…
- Meaning…?
- Meaning, “no surprises”!
- Is that bad?
- Who said that?
- No one…
- And… the question was? …
- Simple!
- …
- How are you?
- Not surprised.
- lol
- Yep!
- But…
- But what?
- Did she…?
- Didn’t you ear me? “n_o__s_u_r_p_r_i_s_e_s”!
- :/ oh... and the brotherhood?
- There!
- Oh… good god!
- What?
- Not alone!
- No, not at all!
15.3.07
12.3.07
fica a rima para a "chave d'ouro"
poema que não rima
caneta que não escreve,
livro sem letras
música sem notas,
olhar que não vê
rio que não corre,
estrela sem luz
flor sem pétalas,
dedos que não tocam
boca que não beija
mas rima o poema
da caneta que é azul
e enche-se o livro
de música que é límpida
ouvida p’lo olhar meigo
deste rio que corre
iluminado pela estrela
e acompanhado pela flor
que é tocada pelo beijo
de quem a beija com amor
.
caneta que não escreve,
livro sem letras
música sem notas,
olhar que não vê
rio que não corre,
estrela sem luz
flor sem pétalas,
dedos que não tocam
boca que não beija
mas rima o poema
da caneta que é azul
e enche-se o livro
de música que é límpida
ouvida p’lo olhar meigo
deste rio que corre
iluminado pela estrela
e acompanhado pela flor
que é tocada pelo beijo
de quem a beija com amor
.
8.3.07
A propósito deste dia...
Facto...
A lenda do Dia Internacional da Mulher como tendo surgido na sequência de uma greve, realizada em 8 de Março de 1857, por trabalhadoras de uma fábrica de fiação ou por costureiras de calçado - e que tem sido veiculada por muitos órgãos de informação - não tem qualquer rigor histórico, embora seja uma história de sacrifício e morte que cai bem como mito.Em 1982, duas investigadoras, Liliane Kandel e Françoise Picq, demonstraram que a famosa greve feminina de 1857, que estaria na origem do 8 de Março, pura e simplesmente não aconteceu (1), não vem noticiada nem mencionada em qualquer jornal norte-americano, mas todos os anos milhares de orgãos de comunicação social contam a história como sendo verdadeira («Uma mentira constantemente repetida acaba por se tornar verdade»).Verdade é que em 1909, um grupo de mulheres socialistas norte-americanas se reuniu num "party’, numa jornada pela igualdade dos direitos cívicos, que estabeleceu criar um dia especial para a mulher, que nesse ano aconteceu a 28 de Fevereiro. Ficou então acordado comemorar-se este dia no último domingo de Fevereiro de cada ano, o que nem sempre foi cumprido.A fixação do dia 8 de Março apenas ocorreu depois da 3ª Internacional Comunista, com mulheres como Alexandra Kollontai e Clara Zetkin. A data escolhida foi a do dia da manifestação das mulheres de São Petersburgo, que reclamaram pão e o regresso dos soldados. Esta manifestação ocorreu no dia 23 de Fevereiro de 1917, que, no Calendário Gregoriano (o nosso), é o dia 8 de Março. Só a partir daqui, se pode falar em 8 de Março, embora apenas depois da II Guerra Mundial esse dia tenha tomado a dimensão que foi crescendo até à importância que hoje lhe damos.A partir de 1960, essa tradição recomeçou como grande acontecimento internacional, desprovido, pouco e pouco, da sua origem socialista.
(1) Se consultarmos o calendário perpétuo e digitarmos o ano de 1857, poderemos verificar que o 8 de Março calhou a um domingo, pelo que nunca poderia ter ocorrido uma greve nesse dia de descanso semanal.
(1) Se consultarmos o calendário perpétuo e digitarmos o ano de 1857, poderemos verificar que o 8 de Março calhou a um domingo, pelo que nunca poderia ter ocorrido uma greve nesse dia de descanso semanal.
Celebrar o dia internacional da mulher no século XXI prova de que continuamos a viver numa sociedade patriarcal. Não sou contra a celebração do dia mas se há um dia internacional da mulher, porque não há um que seja do homem? Porque os homens não recebem flores? Porque não gostam de ser celebrados? Porque não precisam que lhes dêem os parabéns por serem homens? Porque, supostamente, os outros 364 dias do ano são dos homens (como se tende a afirmar em jeito de justificação)? Ou será, como diz o Nietzsche, porque as mulheres precisam de ouvir dizer que são amadas e aos homens basta que sintam que o são? Não sei bem… mas pronto… parabéns MULHERES!!! (e... bem hajam!!!)
6.3.07
icebergue
Antes de ser icebergue, chamou-se medular, nasceu em fevereiro mas em março teve que mudar de nome.
Já passou um ano e continua cá.
Eu também.
Já passou um ano e tanto que se passou.
Já passou um ano em que cresci mais uns poucos.
Já passou um dos melhores anos que já vivi.
Teve do pior mas nem isso o torna menor do que aquilo que sempre será cá dentro, o ano de 2006.
Altos e baixos, tristezas e alegrias, ganhos e perdas, amores e desamores, tchiiiii... que ano!
O icebergue em si, libertou-me de um eu acomodado, esquecido dele próprio.
Já passou um ano e continua cá.
Eu também.
Já passou um ano e tanto que se passou.
Já passou um ano em que cresci mais uns poucos.
Já passou um dos melhores anos que já vivi.
Teve do pior mas nem isso o torna menor do que aquilo que sempre será cá dentro, o ano de 2006.
Altos e baixos, tristezas e alegrias, ganhos e perdas, amores e desamores, tchiiiii... que ano!
O icebergue em si, libertou-me de um eu acomodado, esquecido dele próprio.
Levou-me até algumas das pessoas mais valiosas que já conheci e aproximou-me de outras que passei a conhecer noutro registo.
Fruto da vontade de gritar, de chorar, de gargalhar, de contemplar, de libertar, de prender, de criar, ..., o icebergue ajudou-me a conhecer-me um bocadinho melhor, tem-me ajudado a espelhar os turbilhões que acontecem cá dentro, tem-me dado sinais que há quem tenha as mesmas angústias e os mesmos medos, que há quem partilhe sem receios, que há quem nos entenda, que há quem entendemos (quase) perfeitamente.
Que grande invenção esta do blog...
Fruto da vontade de gritar, de chorar, de gargalhar, de contemplar, de libertar, de prender, de criar, ..., o icebergue ajudou-me a conhecer-me um bocadinho melhor, tem-me ajudado a espelhar os turbilhões que acontecem cá dentro, tem-me dado sinais que há quem tenha as mesmas angústias e os mesmos medos, que há quem partilhe sem receios, que há quem nos entenda, que há quem entendemos (quase) perfeitamente.
Que grande invenção esta do blog...
poema de drago
"Triangularmente
declino a cabeça
por sobre o rio turbilhunante
a música raga é estarmos
à beira-rio
com veias-velas abertas ao vento
os olhos pedem índias
convocando a ilusão de sonhar
pausa
fico, ficas
(pensamos)
vimos à tona
vamos ao fundo"
(depois de presenciar tanta extemporaneidade na escrita, depois ver a caneta desenhar tão efusivamente as palavras com que acabaste por pintar as emoções, depois de me terem lembrado que estava em falta por ter guardado só para mim o desenho, aí está ele!
espero ter entendido na totalidade o manuscrito... tomei a liberdade de mexer na pontuação, espero não ter ficado muito longe do que se queria)
declino a cabeça
por sobre o rio turbilhunante
a música raga é estarmos
à beira-rio
com veias-velas abertas ao vento
os olhos pedem índias
convocando a ilusão de sonhar
pausa
fico, ficas
(pensamos)
vimos à tona
vamos ao fundo"
(depois de presenciar tanta extemporaneidade na escrita, depois ver a caneta desenhar tão efusivamente as palavras com que acabaste por pintar as emoções, depois de me terem lembrado que estava em falta por ter guardado só para mim o desenho, aí está ele!
espero ter entendido na totalidade o manuscrito... tomei a liberdade de mexer na pontuação, espero não ter ficado muito longe do que se queria)
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