12.6.06

extinção

será que quando chegamos à idade adulta deixamos de ser românticos?
é instintivo que procuremos uma companheira, está-nos no sangue procurarmos alguém que nos faça felizes, até aí tudo bem, agora, COMO queremos ser felizes é que eu ainda não entendi. será que em determinada altura das nossas vidas deixamos que a previsão de um futuro certo, seguro, confortável e sem surpresas nos condicione as escolhas e opções que fazemos em busca da tal felicidade?
a minha última mulher disse-me que “não era romântica como eu e não acreditava na história de um amor e uma cabana”, tudo bem, eu também não acredito nisso, o problema é que se ela me tivesse dito isto mais cedo, mais cedo eu teria acordado e desencalhado de uma relação há muito condenada ao fracasso. agora que entendo perfeitamente o que ela quis dizer com esta frase, sinto-me um tontinho, um ingénuo, um rapazinho que tem que crescer, arranjar um bom emprego, um bom status, um bom carro e ser como (quase) todos: um escravo da felicidade comodamente confortável, garantida e sem surpresas. o problema é que eu não sou assim... aliás, a culpa de neste momento estar como estou é só minha... perdi demasiado tempo a viver assim, acomodado, adormecido...
agora, como se não bastasse todo o tempo perdido, acordo da pior maneira possível: apaixonado pela mulher de outro... foda-se! estarão os eternos românticos condenados à extinção? se sim, por favor avisem-me antes que eu seja o último!

2 comentários:

sr disse...

a realidade é mesmo esta... as pessoas são cada vez mais frias, distantes e calculistas. bem estar (aparente) acima de tudo! mas joão, ainda bem que existem pessoas como tu, ou porque pensas que nutro um carinho especial por ti? por favor, não te deixes extinguir!
(mas olha, sff não fiques à sombra do coqueiro...)bronzeia-te! ;-)

n disse...

Faço minhas as palavras dela. Era exactamente o que ia dizer.
Por amor de Deus!
Foi o facto de conhecer um homem como tu que me fez acreditar que a diferença ainda existe, que me permitiu sonhar que posso ainda encontrar alguém especial, só que com mais uns aninhos. Convém, não é?