29.1.08

a urgência do silêncio

fico inquieto quando procuro o silêncio e não o encontro
sem o silêncio que procuro, não sou eu
sem o silêncio que espero, sou o caos
sou o som infernal de uma orquestra desalinhada
desarranjada, desafinada e desordenada
sem esse silêncio sou sempre insuportável

4 comentários:

MRsK disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MRsK disse...

Ficamos inquietos sempre que procuramos uma coisa que queremos -num qualquer momento que não conseguimos controlar - e não a temos. Ficamos ainda mais, se achamos que há alguém que não nos entende, compreende... Ficamos frustrados, zangados... justa e injustamente centrados. Fechamo-nos na conchinha e, por vezes até, convencemo-nos a nós e aos outros, que esses momentos nos fizeram sentir sós ou, pelo menos, a descompasso com o mundo. Mas, tão somente, são esses momentos que nos ensinam o que é aprender a viver como uma orquestra... uma orquestra de jazz, daquelas em que todos comunicam com todos, mesmo que em momentos diferentes(e não todos com o maestro), todos se ouvem e têm o seu espaço, e ninguém se sente insuportavelmente ameaçado.

Beijo doce

João disse...

tens toda a razão maruska... mas é de silêncio que falo, só silêncio, sem controlo, sem entendimento, sem frustração ou zanga, sem justiça, sem conchinha, sem compasso, sem nós e sem os outros, sem comunicação, só eu, eu e o silêncio, só isso.

beijo quente

MRsK disse...

E nunca o silêncio foi tanto uma forma de comunicar :D