Entrou a correr encharcado em água e sem guarda-chuva. Céu cinzento
escuro e a trovoada sonante mesmo por cima. Sentiu um olhar reprovador vindo do
balcão mas mesmo assim deu os bons dias e sentou-se. A única resposta que lhe
pareceu ter ouvido foi uma espécie de “pronto, já tenho o chão todo molhado e
agora é a mesa e a cadeira”. Não havia
mais ninguém no café, só os dois. Pediu um café “se faz favor”. “Não servimos
às mesas”. Levantou-se e foi ao balcão. O café é-lhe servido em um terço de uma
chávena delta típica e pela cara de um funeral. Tirou do bolso de trás uma nota
de vinte, húmida, não tinha uma única moeda consigo. “não tenho troco”, “e eu
não tenho moedas”, “pois…há uma tabacaria ali ao lado se quiser trocar a nota”. “Venho já”.
Aproveitou e comprou umas cigarrilhas. Continuava a chover e a trovejar. Regressou ao balcão do café onde o café já estava frio. Pediu outro. “Cheio”. Enquanto esperou, abriu as cigarrilhas e cheirou-as. Testou-lhes a frescura e pôs uma na boca. “Não pode fumar cá dentro”, “é para acender quando sair”. Dito isto, bebe o café em três goladas curtas, pousa a chávena, mete a não ao bolso e mete-se a caminho da porta. Para, tira o isqueiro do bolso e acende a cigarrilha antes de sair. “Ei! Não pagou os cafés” e sai este a correr de trás do balcão até à rua onde chovia. O outro, já a uns metros e depois de ouvir berros e a porta do café a abrir-se violentamente, só tem tempo de olhar por cima do ombro e ver vir do fundo dos céus um relâmpago que queimou o barman de alto a baixo. "Foda-se!"
Aproveitou e comprou umas cigarrilhas. Continuava a chover e a trovejar. Regressou ao balcão do café onde o café já estava frio. Pediu outro. “Cheio”. Enquanto esperou, abriu as cigarrilhas e cheirou-as. Testou-lhes a frescura e pôs uma na boca. “Não pode fumar cá dentro”, “é para acender quando sair”. Dito isto, bebe o café em três goladas curtas, pousa a chávena, mete a não ao bolso e mete-se a caminho da porta. Para, tira o isqueiro do bolso e acende a cigarrilha antes de sair. “Ei! Não pagou os cafés” e sai este a correr de trás do balcão até à rua onde chovia. O outro, já a uns metros e depois de ouvir berros e a porta do café a abrir-se violentamente, só tem tempo de olhar por cima do ombro e ver vir do fundo dos céus um relâmpago que queimou o barman de alto a baixo. "Foda-se!"
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