mais uma daquelas que chega a ver a luz da net
15.12.10
13.12.10
aquilo
- viste aquilo?
- aquilo o quê?
- não viste?
- não vi o quê?
- aquilo que passou ali?
- ali onde?
- além mesmo à nossa frente!
- afinal passou ALI ou ALÉM?
- deixa-te de merdas, viste ou não viste?
- não sei do que é que estás a falar… passou p’ra que lado?
- lado nenhum pá, passou mesmo ali à frente!
- tá bem caralho! mas passou DE QUE LADO PARA QUE LADO?
- foda-se pá, tás a dormir? passou DESTE lado para AQUELE lado!
- e era o quê?
- foda-se, tás a brincar comigo, só pode…
- tu é que estás, olha que merda!
- vamos passar para o lado de lá que já te mostro.
entretanto e como estavam em Inglaterra, esqueceram-se que tinham que olhar primeiro para o lado direito da estrada…PUM!
moral da história: menos palavrão e mais atenção.
8.12.10
o estímulo
O arco-íris é um estímulo de outro mundo. Quando somos crianças, a mais natural revelação da natureza pode assumir na perfeição o mais maravilhoso dos cenários. Uma nuvem branca sob um céu azul pode ser mais do que isso e ser, ao mesmo tempo, mais do céu azul que veríamos sem a nuvem.
O sol, a chuva e um arco-íris, juntos, podem ser o maior dos estímulos.
À medida que crescemos, os estímulos tornam-se cada vez mais exigentes. O céu já não nos chega e queremos as estrelas. Sabemos que o arco-íris tem uma explicação e procuramos tornar-nos na razão das coisas. O céu e as estrelas vão-se tornando cada vez mais comuns.
O nosso destino é cumprirmo-nos a nós próprios e a nossa razão torna-se no fado da vida, no caminho da alma e no destino da vontade.
Durante este processo de amadurecimento do espírito, um estímulo pode ser qualquer coisa. De todas as coisas que pode ser, há algumas sobre as quais não temos qualquer tipo de controlo: o arco-íris, o sol e a chuva.
ah!:
estímulo
(latim stimulus, -i, aguilhão, picada, ferida, dor, estímulo)
(latim stimulus, -i, aguilhão, picada, ferida, dor, estímulo)
1. Aquilo que estimula.
2. Aguilhão.
3. Incentivo; brio, pundonor.
4. Fisiol. Agente externo ou interno capaz de provocar uma reacção! num órgão ou num sistema.
29.11.10
18.11.10
diz que sim!
diz que temos uma boca e duas orelhas.
diz que, por isso, devemos ouvir o dobro daquilo que falamos.
diz que sim e eu concordo.
diz que, por isso, devemos ouvir o dobro daquilo que falamos.
diz que sim e eu concordo.
15.11.10
mad men! ou ié!
oh entretenimento de qualidade, oh abençoada pirataria, oh meu enormíssimo amigo pedro!
obrigado, obrigado, obrigado!
(atenção, se não conheces e ficaste com curiosidade, cuidado! 97% das cenas são acompanhadas por personagens a fumar, 72% por personagens a beber e 68% por personagens a fazer as duas coisas! ah! e 4/5 dos personagens são - no mínimo - bígamos)
5.11.10
pontapés na língua (que deveriam ser dados nas nalgas de quem os dá)
se, no mundo da educação, eu precisasse de um professor, escreveria:
professor precisa-se!
professor precisa-se!
ah! e um conceito não é um conseito!
3.11.10
2.11.10
20.10.10
timing
pena não haver uma tradução em português que exprima tão bem o sentido que a expressão tem em inglês.
pena porque do timing dependem muitas vezes as coisas, as pessoas e as suas vidas.
definição inglesa (da wikipédia) de timing: timing is the time when something happens or the spacing of events in time
traduzido, é mais ou menos isto: timing é o tempo em que qualquer coisa acontece ou o espaço de tempo no qual acontecem determinados eventos.
7.10.10
lembranças d'inverno
o nevoeiro d’hoje trouxe lembranças do inverno e dos doces domingos no sofá.
lembranças das chuvas que chegam de longe e aterram no telhado, das chuvas oblíquas - como diz o outro - que esbarram no vidro para se deixarem escorrer com a melancolia do curso incerto.
lembranças do calor do lume que, teimoso em arder, não se intimida com o assobio do vento.
lembranças dos chinelos quentes, do chá com mel e das torradas.
22.9.10
15.9.10
vermelhões
p.I
toca a jogar!
primeiro, os benfiquistas culpam o guarda-redes, depois o árbitro, agora é o ponta-de-lança. venha o próximo bode expiatório.
p.II
toca a trabalhar!
o governo cubano anuncia que vai despedir um milhão de funcionários públicos durante os próximos três anos. quinhentos mil vão já nos próximos seis meses. venha a próxima versão de comunismo.
toca a jogar!
primeiro, os benfiquistas culpam o guarda-redes, depois o árbitro, agora é o ponta-de-lança. venha o próximo bode expiatório.
p.II
toca a trabalhar!
o governo cubano anuncia que vai despedir um milhão de funcionários públicos durante os próximos três anos. quinhentos mil vão já nos próximos seis meses. venha a próxima versão de comunismo.
14.9.10
5.9.10
26.8.10
aliteração
simão sentou-se à sombra e sentiu-se só.
só, como um homem só se sente quando não sabe se a sua sombra é sincera com a silhueta que serve.
19.8.10
12.8.10
19.7.10
14.7.10
9.6.10
tempestade cerebral - ou - as if it was a brainstorming
A vontade de ser ouvido.
A arte de saber dizer.
A facilidade de saber pensar.
O à vontade em fazê-lo.
O divertimento, a necessidade e o vício.
A habilidade malabarista no trato das palavras.
A astúcia focada no uso da língua.
A linha entre o prazer e o abuso.
A fronteira entre dar e pedir.
A busca de um norte.
A definição de uma rota.
A procura da referência.
O encontro com o seu lugar no mundo.
O ideal pessoal da utopia social.
O dizer por dizer, falar por falar e escrever por escrever.
22.5.10
a man's world by seal
a james brown original
You see, man made the cars to take us over the road
Man made the trains to carry heavy loads
Man made electric light to take us out of the dark
Man made the boat for the water, like Noah made the ark
This is a man's, a man's, a man's world
But it wouldn't be nothing, nothing without a woman or a girl
21.5.10
liberdade do dia:
Liberdade também é dizer o que penso. o que sinto e penso. o que penso como sinto. dizê-lo. dizê-lo solto de amarras. sem camisola nem cor, nem símbolos nem crenças. sem cartões nem promoções. sem dívidas morais. solto da expectativa, livre do efeito e do defeito do que digo.
já me dei mal muitas vezes, já magoei e já pedi desculpa. já fiz mal e já me arrependi. nem sempre me soube bem.
liberdade também é mostrar o que sou sem pensar no que se vê.
13.5.10
estado laico
hoje ninguém refila com o sócrates, com o governo, com o papa ou com a igreja?
ah, pois não... hoje não se trabalha... há tolerância de ponto na função pública...
e a camada produtiva - não pública - da sociedade, papa o dia a trabalhar e é se quer!
ah, pois não... hoje não se trabalha... há tolerância de ponto na função pública...
e a camada produtiva - não pública - da sociedade, papa o dia a trabalhar e é se quer!
5.5.10
curto exercício de localização
às vezes tenho a certeza que o comunismo teria prestado um enormíssimo serviço à humanidade se tivesse permanecido nos livros de história e nos manuais de filosofia.
depois lembro-me do enorme serviço que os comunistas portugueses prestaram ao país nos anos da ditadura e do quão injusto posso estar ser para com aqueles que sofreram e morreram em nome da liberdade. chego sempre à conclusão que, no fim de contas, acabaram por ser as armas a fazer a diferença.
depois deste curto exercício, combino comunismo com armas e lembro-me do stalin, do pol pot e de tiananmen...
ainda tento acreditar que cada um vê e sente o comunismo à sua maneira mas depois lembro-me que esse é também o argumento de quem tem fé e se relaciona com deus à sua maneira... a partir daqui e porque já não me apetece misturar comunismo, armas e religião, abandono o exercício e remeto-me à confortável ignorância de quem vê e sente a vida à sua maneira.
27.4.10
futebol, política e as massas. porque "o que é nacional é bom"
futebol
(inglês foot-ball)
s. m.
(inglês foot-ball)
Desporto em que 22 jogadores, divididos em dois campos, se esforçam por introduzir uma bola na baliza do campo adversário, sem intervenção das mãos, durante uma partida dividida em dois meios tempos durante 45 minutos cada um.
política
(grego politiká, assuntos públicos, ciência política)
s. f.
1. Ciência do governo das nações.
2. Arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados.
3. Sistema particular de um governo.
4. Tratado de política.
5. Fig. Modo de haver-se, em assuntos particulares, a fim de obter o que se deseja.
6. Esperteza, finura, maquiavelismo.
7. Cerimónia, cortesia, civilidade, urbanidade.
o que há de comum entre estas duas actividades?
uns poucos são praticantes
uns demais são aspirantes
outros mais são mamantes
uns ganham outros perdem
uns fazem outros calam
uns trabalham outros falam
uns aldrabam outros suam
todos vêem, todos vão e todos vêm
...
e de resto, tanto uma actividade como outra são passíveis de criar dependência no cidadão do séc. XXI que desde a idade média tem vindo a substituir a fé religiosa por mais terrestres práticas humanas colectivas.
e enquanto portugal desce no ranking social-económico, sobe ao pódio no ranking da fifa.
haja - bom - futebol para alegrar as massas que o que é preciso é boa disposição!
21.4.10
13.4.10
sabedoria popular
ontem ouvi uma metáfora que era - por outras palavras - mais ou menos assim:
a quem não sabe executar o coito, até os pêlos púbicos atrapalham!
fartei-me de rir especialmente porque as expressões executar o coito e pêlos púbicos são substituídas - na versão original - por duas palavras mais populares.
a quem não sabe executar o coito, até os pêlos púbicos atrapalham!
fartei-me de rir especialmente porque as expressões executar o coito e pêlos púbicos são substituídas - na versão original - por duas palavras mais populares.
29.3.10
um deus desenha dor
às vezes apetecia-me ser um deus de lápis atrás da orelha só para poder apagar e redesenhar algumas coisas do mundo que vejo.
22.3.10
o dia de noite
o despertador ainda não tocou e ele já está a acordar num daqueles dias em que o seu corpo se sente em sintonia com o universo. os dias e as noites não precisam das horas e o seu corpo sabe às quantas anda. estranha não ver claridade nenhuma a entrar pelas arestas da janela. levanta a cabeça da almofada e confirma que é de noite. não costuma acordar tão naturalmente saciado de sono sem que haja uma luminosidade ténue no quarto. os números a vermelho que marcam 7:32 no telemóvel e são a maior fonte de luz no quarto. àquela hora não é normal, muito menos em maio.
levanta-se devagar e a achar que o relógio do telefone está avariado. faz o percurso em modo de meio-a-dormir-às-escuras até à sanita. enquanto alivia a bexiga, confirma que lá fora só as luzes dos candeeiros e das estrelas iluminam a escuridão. regressa ao quarto cauteloso e esforça-se por não a acordar, tropeçar numas meias suas ou nos seus chinelos. apalpa cuidadosamente a mesinha de cabeceira dela e consegue encontrar o seu telemóvel: 7:34. não pode ser. é tão de noite como às duas da manhã numa madrugada de dezembro. os dois telefones com as horas trocadas. pousa o telefone e vai para a sala. acende o candeeiro de canto e a televisão. o serviço de tv diz que são 7:35. estamos em maio, são 7:35 da manhã e diz que é de noite. só pode ser um vírus que chegou a tudo que é equipamento electrónico, uma catástrofe mundial.
apressa-se para o quarto, agacha-se ao lado dela e tenta acordá-la com calma. ela pergunta se o despertador já tocou, ele responde que não mas que já são vinte para as oito… e é de noite! – o quê? estás doido? - não, não estou, olha para a janela! – não consigo, porque é que a abriste toda? neste momento pergunta-se a ele próprio como é que ela sabe que a janela está escancarada se ainda nem tirou a cabeça debaixo dos lençóis. ela estranha o silêncio dele ali ao lado da cama e a olhar para a janela. - o que foi? – pergunta-lhe. - como é que sabes que a janela está escancarada? ela, por momentos, pensa que está a sonhar de tão absurda que é a pergunta. não, não está a sonhar e responde: - só se tivesses tirado o tecto é que havia mais claridade no quarto! que horas são? – vinte para as oito, já te disse. vinte para as oito e eu não vejo claridade nenhuma, para mim é de noite. depois de dizer isto, passa a acreditar que aconteceu algo durante o sono que lhe afectou a visão. não há nenhum vírus electrónico, os seus olhos é que estão avariados.
continua sem se mexer ao lado da cama e ela, como se lhe sentisse o ritmo cardíaco a acelerar e o seu espanto a transformar-se em preocupação, tira a cabeça debaixo dos lençóis e olha para ele com a cabeça erguida e os olhos semicerrados. assusta-se com o ar assustado dele e pergunta-lhe o que se passa. ele responde-lhe que vê tudo escuro. – como assim? não vês nada? estás cego? o que se passa? – vejo mas não estou cego, vejo o dia de noite. dito isto levanta-se a correr, liga a luz do tecto e vai à procura do lugar no céu onde àquela hora devia estar o sol. devia. devia porque só vê estrelas e a lua num quarto crescente, nada de sol.
entretanto ela aparece na porta da sala a acabar de atar o cinto do roupão. ele volta-se e vê-a a olhar para ele, assustada, com os olhos cerrados e a mão esquerda a fazer de pala na testa. agora é ele que lhe sente o ritmo acelerado. olha para o lugar no céu onde deveria estar o sol e pergunta-lhe se ela o consegue ver. ela diz que não consegue olhar para ele mas que está lá, no lugar onde deve estar. – não o vês? – não… venho já! sai a correr, vai ao quarto, veste o roupão e vai à rua: carros a passar ordeiramente de luzes desligadas, pessoas com cabelos a acabar de secar, óculos de sol, um homem a passear um cão, outro saudável a fazer jogging, aromas a perfumes matinais misturados com fumos de escapes, movimento na rua a fazer adivinhar a hora de ponta. as pessoas que passam por ele, ali especado de roupão, olham-no com desdém, a troçar, surpreendidas por verem aquele sujeito despenteado e de barba por fazer, ali, de roupão e no meio da rua. um louco, só pode ser.
um louco é também o que ele pensa dele próprio naquele momento. um personagem saído de um episódio do twilight zone, dum filme do m night shyamalan ou de um livro do stephen king. regressa a casa, liga o portátil enquanto vai buscar uma maçã que come em meia dúzia de dentadas. tira um café. larga o caroço ao lado da máquina de café, agarra na chávena, leva-a para a sala e pousa-a ao lado do computador. abre a garrafa de água, espera ter a maçã bem engolida e bebe três goles cheios. afasta a cadeira, senta-se, pousa a mão sobre o rato e abre o word. acende um cigarro e começa a escrever: o despertador ainda não tocou e ele já está a acordar num daqueles dias em que o seu corpo se sente em sintonia com o universo.
13.3.10
evolução (?)
Elementar, meu caro. Vem aí o supercomputador da IBM
"Ocupa o espaço de vários estádios de futebol, chama-se Watson"
"Será o primeiro computador a entender linguagem natural e a responder da mesma forma, em vez de fazer uma busca interna na base de dados à procura do item que corresponde à questão".
11.3.10
portugal: algumas palavras-chave
crise, políticos, corrupção, escutas, sócrates, ps, psd, partidos, candidatos, pt, rtp, tgv, analista, comentador, comissão de inquérito, função pública, défice, suspeitas, segredo de justiça, … dass! que fartura!
9.3.10
novas oportunidades? - muitas vezes não, às vezes sim
EFAs, Educação e Formação de Adultos: as novas oportunidades. há quem não goste, há quem diga mal, há quem tenha razão, há muita gente a mamar à pala da europa. a europa, essa acha que somos burrinhos e precisamos de aprender mais umas coisitas do mundo e da vida. o governo concorda e canaliza milhões para que os bastardos da revolução de abril ensinem os que não puderam ou não quiseram aproveitar à primeira oportunidade. mesmo que tenham 40, 50 ou 60 anos, há – realmente - quem aproveite esta nova oportunidade para aprender e crescer. como em tudo na vida, há de tudo.
do lado de cá, há gente empreendedora e há amigos que acreditam que a amizade também é sermos uns p'ros os outros. p´ra mim, bastardo verde da sociedade (por causa dos recibos), freelancer da educação, há mais uma nova oportunidade e um contrato de trabalho a caminho, é numa associação cultural e recreativa. mais uma aventura profissional que isto da instabilidade também tem coisas positivas: o trabalho nunca é igual em dois dias seguidos e temos sempre a oportunidade de aprender com novas pessoas (e sobre as pessoas, novas ou velhas). haja saúde e bem hajam os Amigos!
8.3.10
2.3.10
genuinidade
dos quase 33 anos que tive o privilégio de viver, poderia falar e escrever horas a fio, dias, semanas sem parar até me cansar de me ouvir a mim próprio de dentro do meu cérebro. hoje, agora e a propósito ou não, lembro-me de genuinidade.
por cada infindável número de acontecimentos que nos dão alegria, há um interminável número de tristezas que acompanham as primeiras. ora em forma de rima cruzada, ora em forma de rima emparelhada ou solta, as tristezas e alegrias vão caminhando por entre as nossas vidas afora como condições obrigatórias desta coisa que se chama existência.
tenho a sensação que à medida que vou crescendo, vou tendo mais dificuldade em intuir a genuinidade nesta ou naquela pessoa. talvez porque esteja mais atento e não esteja para investir ou perder tempo com a superficialidade das coisas, talvez porque relação e superficial sejam antónimos, talvez porque as pessoas não estejam verdadeiramente dispostas a conhecerem-se e darem-se a conhecer. talvez por isto tudo e talvez por nada disto, as tristezas trazidas pela falta de genuinidade parecem ter a tendência a ser mais do que as alegrias vindas em forma de pessoa genuína. há pessoas genuínas, há mas não são muitas. conserva as que tens e dá-te por feliz quando encontrares alguma.
20.2.10
a citação d’hoje também fica cá em língua portuguesa. numa tradução caseira mas fiel o suficiente para se chamar tradução.
"a mais importante de todas as ciências que o homem pode e deve aprender, é a ciência de viver de maneira a fazer o menor mal possível e o maior bem possível."
leo tolstoy 1828-1910
quando a dúvida nos assalta
«A empresa tinha aceite» uma determinada proposta, ouviu-se (…) num noticiário. «Tinha aceite» ou «tinha aceitado»? «Tinha entregue» ou «tinha entregado»? «Tinha eleito» ou «tinha elegido»?
A dúvida pode surgir porque estes verbos têm dois particípios passados, um regular, com a terminação em -ado ou em -ido (aceitado, entregado, elegido), e um irregular, reduzido (aceite, entregue, eleito). Existindo as duas formas, vamos, então, ver em que situações se utilizam.
A regra é esta: usa-se o particípio passado regular quando o auxiliar é o verbo ter, e o irregular quando o auxiliar é o verbo ser ou o estar.
Alguns exemplos:
(1) «Os empregados têm aceitado as propostas. As propostas foram aceites. As propostas estão aceites.»
(2) «Os alunos têm entregado os trabalhos a tempo. Os trabalhos foram entregues. Os trabalhos estão entregues.»
(3) «A assembleia tem elegido o presidente à segunda volta. O presidente foi eleito. O presidente está eleito.»
Assim, na frase com que iniciámos este texto, deveria ter sido usado o particípio regular: «A empresa tinha aceitado a proposta.»
Exemplo de outros verbos com dois particípios passados: expulsar (expulsado e expulso), salvar (salvado e salvo), exprimir (exprimido e expresso), extinguir (extinguido e extinto).
Há, no entanto, dois verbos em que por vezes se usa indevidamente uma forma irregular como particípio passado. São eles empregar e encarregar. Deverá ser usado apenas o particípio passado regular — empregado e encarregado (e não “empregue” e “encarregue”) —, referindo-se, por exemplo, que as pessoas «foram encarregadas» de uma tarefa e que «foram empregados» todos os meios disponíveis.
ciberdúvidas da língua portuguesa
maria regina rocha
já agora...
somos o "12.º lugar abaixo da média dos países da ODCE no que toca ao desempenho linguístico."
12.2.10
11.2.10
atão tão a gozar c'a gente?
"Quatro maiores bancos portugueses lucraram 4 milhões por dia"
atão não vivemos a mais grave crise económica das últimas décadas? atão esta crise não teve na sua origem algumas más práticas bancárias? atão o governo não andou a injectar (o verbo alude à dependência de uma substância chamada moeda) dinheiro nos bancos? atão não é hoje mais difícil arranjar crédito num banco? atão não anda por aí muita gente a viver à rasca para poder pagar o empréstimo?
esta notícia parece uma anedota. mas não é.
neste país, a rapaziada dos bancos goza com toda a gente e toda a gente baixa a bolinha porque toda a gente depende do dinheiro que eles emprestam. e é se querem!
29.1.10
outsiders - franz ferdinand
"It's obvious but sometimes you just have to say it
so you don't feel so weak
About being such a freak"
enfermeira, vai mas é trabalhar pá!
na tv aparece uma jovem que é entrevistada no meio da multidão em polvorosa. é de coimbra, trabalha há dois anos e meio e tem um contrato sem termo. luta por um salário de 1.500€.
a minha mãe trabalha há 40 anos (desde os 15!) e se for para a reforma fica receber 200€ por mês... se não for para a reforma, trabalha mais 10 anos a ganhar o salário mínimo.
28.1.10
*****
encontrei esta fotografia num desses blogs onde encontramos de tudo para descarregar. desde o último sherlock holmes até ao último do rui veloso, há de tudo.
esta imagem, para além das cores, da luz, das sombras e do enquadramento, vale pelo conteúdo em si. repara bem no quanto de português há em toda a energia que a foto transmite: as expressões, as linhas dos rostos, os olhares, os sorrisos, o boné, a careca, enfim, digna de uma foto comemorativa dos 100 da república.
(é uma foto retirada de uma capa de um filme para adultos. não é de terror. é produção portuguesa. chama-se gabi violada à força – e daí até é um filme de terror a fazer lembrar o irreversível. tem o título colado na fotografia de corpo inteiro dos quatro actores. bem no meio, com letras gigantescas do clipart. do clipart... dizer ainda que a mão esquerda do actor mais moreno (;)) está estrategicamente encaixada logo por baixo do limite da fotografia. ali entre o óculo de sol do seu colega da esquerda e o cabelo ruivo da sua colega, mas mais abaixo. termino com uma chamada de atenção para os “extras por temas”)
23.1.10
a gente
a gente dizemos coisas muito esquisitas! um dia ainda dirão de mim que foi o gajo que transformou uma coisa – muito - mal dita numa coisa maldita. NÓS dizemos coisas muito esquisitas, NÓS fazemo-lo, NÓS NÓS NÓS!!!
como diz o outro, agente é da polícia!
pode ser a gente faz. os brasileiros gostam muito…
(e não é que escrevo esta inutilidade porque já dei comigo a dizer a gente?!)
entretanto a questão de a gente é relativamente polémica entre as gramáticas “normativas”, ora é pronome pessoal, ora é pronome indefinido ora forma de tratamento. enfim… a gente não pode é dizer a gente dizemos!
17.1.10
o chinês que não falo
se eu tivesse falado em chinês, talvez desta vez me convencesse que assim seria simples e que haveria afinal uma razão razoavelmente racional para tamanha tentação em trazer tão grande confusão à conversa: eu próprio não sei o que digo porque não falo chinês!
11.1.10
nina simone - sinnerman
"Don't you see me prayin'?
Don't you see me down here prayin'?
But the Lord said - go to the devil"
3.1.10
new years day - u2
"And so we're told this is the golden age
And gold is the reason for the wars we wage"
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