gostava tanto de viver até aos trezentos anos. gostava tanto que aos duzentos e cinquenta conseguisse ainda ler este times new roman de tamanho 12 à distância a que o leio agora. gostava tanto de pensar como penso e ser ainda uma criança. de ser um escritor de emoções sem sequer saber ler, de ser um comunicador de trivialidades no turbilhão de um mundo significante. um eremita das luzes na notoriedade das sombras. presença do vazio na discrição do absoluto…
mas andar por cá, mais duzentos e setenta anos por cá, no meio dos valiosos e sem desprezo pelos desafortunados, atento ao mundo, a dar e a receber dos que gosto, sempre a crescer, na boa, a crescer p’ra ser, p’ra ser mais e maior e estender os braços a quem também quer ir, em frente, a crescer. gostava que todos acreditassem no que são e permanecessem comigo por mais duzentos e setenta anos, sempre a ser, a acreditar e a crescer. gostava, gostava muito, gostava mesmo muito que assim fosse.
6 comentários:
Pode ser que seja... :)
deve ser... :) deve, deve...
alegres paradoxos humanos :)
-quanto vale a aposta?
trezentos? eu alinho contigo!
às vezes mal pedimos qq coisa, ela vem.
pediste para crescer e de repente ( não mais q de repente) apareceu a torre de vigia.
agora imagina... 270 anos na torre?
ui...
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