27.6.08

comparados com o que se vê que se vive, os meus problemas são do tamanho de um átomo

o meu umbigo e o resto do mundo

quando duas pessoas são obrigadas (pela profissão) a criar e manter uma relação, há vários caminhos possíveis. um deles, o melhor (numa-perspectiva-pessoal-de-riqueza=a-qualidade-de-vida+andar-para-a-frente-em-
todas-as-dimensões-humanas-da-existência-pessoal&social), sempre me pareceu aquele caminho que nos permite partilhar vidas muito para lá da convivência diária da dimensão profissional/pessoal.

escolhermos, acolhermos e sermos escolhidos e acolhidos por vidas que se nos ligam numa partilha de valores morais, princípios, filosofias de vida e coisas igualmente basilares, é, sem dúvida alguma, um dos enormes prazeres que tenho tido na vida (numa-perspectiva-relativamente-modesta-e-observada-a-partir-dos-meus-humildes-
trinta-e-um-anos). encontrar pessoas com padrões morais relativamente próximos dos nossos, é coisa rara. encontrar pessoas assim em contextos profissionais, é ainda mais raro. ter essa sorte e perdê-la por razões puramente umbilicais (no-sentido-de”o-meu-umbigo-no-centro-do-meu-mundo”), tem que se transformar numa óptima oportunidade para reflectir sobre aquilo que somos para os outros naquilo que parece ser a essência pessoal que emanamos. ter azares destes e não aprender com eles, significa, pelo contrário, passar em branco por um episódio que nos podia ter feito crescer abundantemente mas não, é tábua rasa.

preferimos ficar a contemplar a imagem do nosso umbigo no lugar daquilo que deveria ser o interesse Maior da nossa existência naquele contexto, no meio daquelas outras existências.

seja como for, o que pensou e assim escreveu, daqui se vai liberto de algo que precisava de ver posto em palavras.

19.6.08

europeu, o que faltou

aos jogadores:

humildade
pragmatismo
inteligência
bola no chão
o ricardo no banco
o nani mais cedo
a sorte

ao treinador:

exactamente as mesmas coisas + a sabedoria no timming escolhido para a hora da despedida...

ao povo português:

saber não ter ilusões

enfim... aprendamos!

um grito

apetece-me gritar e chorar

rebentar e explodir

romper e partir

ser um terramoto

um vulcão e um maremoto

apetece-me desaparecer

ser eu e ser nada

ser estrada sem fim

alma fora de mim

corpo invisível

como se fosse possível

ser assim


mas não, não sou

não faço e não estou

fui ali e já venho

levado p’lo sangue montanheiro

acalmado pelo coração da planície

sou só eu e já gritei

chorei e parti

rompi e explodi

aqui e assim

sem sair de mim

que sou quem mais sou

mesmo que seja assim

12.6.08

um momento no meio do mundo que me leva no tempo

como se o mundo fosse o momento
e o momento as emoções,
como se nada mais importasse
e nos bastasse
um mundo no momento
e o sentimento no fundo
no fundo do pensamento

e como

sem pensarmos
vemos e percebemos
que somos tão só um ser
passageiro de um mundo
de passagem pelo tempo
e nada mais do que isso
ficará por isso
para lá das cinzas,
das palavras e das memórias

6.6.08