o dia esteve particularmente fresco, o pátio está inundado de intimidades familiares que se desenrolam por entre sombras, rasgos de sol, árvores de fruto e o parque infantil da mais nova. neste lado da mesa e de frente para todo este cenário de corrupio em volta da sardinhada, assenta o laptop que serve de bloco de notas ao acontecimento. ouvem-se baixinho sonatas de beethoven majestosamente tocadas pela maria joão pires. o ar começa a ficar aquecido pelo carvão, são os homens a tratar do fogo que há-de tratar das sardinhas. as mulheres cuidam de tudo o resto enquanto a criança de três anos se aproxima com uma cadeira nos braços a perguntar o que faço, digo que escrevo e ela fica na mesma enquanto observa este gesto estranho. resiste pouco mais de um minuto e regressa à brincadeira de bonecas. os cães descansam as línguas do calor da tarde. “ó tio, come”. venham as sardinhas, vou a elas.
vale da sancha,
algures no início de agosto
1 comentário:
e na sardinhada ( tal como na revolução) alguém tem que ficar a escrever...
em boa hora o fizeste!
Um abraço
Enviar um comentário