apetece-me escrever outra vez. outra vez impulsivamente. sinto uma necessidade urgente de passar para o papel algo que vai cá dentro mas ainda não se manifestou, algo que até aqui desconheço e que mesmo assim me obriga a escrever. música! já está, já lá estava o cd, nem que quisesse encontrava algo melhor, é só o play e o volume, já está, wim mertens. ai… cigarro (ou quase só), um porto, doce, vinho, vintage, só um para adoçar a palavras e a boca, um copo, já vou. já venho… já está, um copo usado, usado de porto, meloso, intenso, imenso, quente, doce, fresco depois do trago, a pedir outro golo, já vou, antes o cigarro… já continuo… agora enrolo… já está enrolado, a ser fumado, continuo, nas teclas pequenas do laptop, continuo, compulsivamente a escrever, a escrever sobre quê? sobre nada, sobre a escrita, sobretudo, sobre tudo, sobre a mesa, o cigarro, o porto, a música e os gatos, a m. que finge não ver porque respeita este espaço e o entende, quer-me mesmo assim, lá longe, do outro lado a escrever, a escrever como um louco, como um homem possuído pelo banal, possuído pelo fumo, pelo liquido, possuído pela música e o pelo ambiente, por tudo o que se move e por tudo o que permanece, pelo que mostro e o pelo que escondo, pelo que escrevo ou deixo por escrever. vem e diz-me que se vai, que me quer mas que me quer deixar aqui possuído pela escrita. peço-lhe que fique, peço-lhe que (se não se importar) oiça o que me possui, agora. paro, paro e leio-lhe o que me possuiu até este ponto, este ponto aqui » . depois, depois não escrevo mais, fico aqui, neste ponto, neste aqui » .
1 comentário:
dance me to the end of love, crazy man :D
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