Antes
de se sentar pousou a mala do portátil na cadeira à sua direita na mesa. A mesa
é quadrada e de um plástico que finge ser mármore. Em tons de cinzento. Há um
rebordo preto a rematar. De ferro. Gosta mais de mesas redondas, ferem-lhe
menos a harmonia visual e as coxas nos cantos. Dão-lhe uma margem de manobra
mais curvilínea, menos rígida, robótica. As cadeiras é a mesma treta: assento “mármore”
em tons de cinzento e costas abauladas em ferro pintado de preto metalizado. A luz
natural, não sendo abundante, chega. A luz das lâmpadas é discreta e indireta,
a tonalidade creme das paredes aquece o ambiente que sobra. Há uns quadros
insignificantes de naturezas mortas e paisagens melancólicas, outros com umas
publicidades de mau gosto. Só há espelhos na estante por trás do balcão. Opção sensata
para o barman que quer ver o bar mesmo que esteja de costas. O cliente
aproveita e vê-se a si, dá jeito especialmente no café da manhã. Já o balcão em
si, reflete produtos secos, sem vida e sem cor. Ele só quer um café e uma água
lisa. Natural. Pedido o café, inclina-se para a direita e tira da bolsa lateral
do portátil os Crimes exemplares de Max Aub.
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