2.3.10

genuinidade

dos quase 33 anos que tive o privilégio de viver, poderia falar e escrever horas a fio, dias, semanas sem parar até me cansar de me ouvir a mim próprio de dentro do meu cérebro. hoje, agora e a propósito ou não, lembro-me de genuinidade.

por cada infindável número de acontecimentos que nos dão alegria, há um interminável número de tristezas que acompanham as primeiras. ora em forma de rima cruzada, ora em forma de rima emparelhada ou solta, as tristezas e alegrias vão caminhando por entre as nossas vidas afora como condições obrigatórias desta coisa que se chama existência.

tenho a sensação que à medida que vou crescendo, vou tendo mais dificuldade em intuir a genuinidade nesta ou naquela pessoa. talvez porque esteja mais atento e não esteja para investir ou perder tempo com a superficialidade das coisas, talvez porque relação e superficial sejam antónimos, talvez porque as pessoas não estejam verdadeiramente dispostas a conhecerem-se e darem-se a conhecer. talvez por isto tudo e talvez por nada disto, as tristezas trazidas pela falta de genuinidade parecem ter a tendência a ser mais do que as alegrias vindas em forma de pessoa genuína. há pessoas genuínas, há mas não são muitas. conserva as que tens e dá-te por feliz quando encontrares alguma.

2 comentários:

n disse...

Plateia
(...)
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste." M. Torga

Ainda que seja preciso conviver com a mentira e a hipocrisia e só muito pontualmente descobrirmos alguma genuinidade, mesmo assim vale a pena arriscar e guardar sp o melhor de nós para essas cada vez mais raras descobertas.
Como dizes " relação não rima com superficialidade"
e amigo é coisa para se guardar...

Um abraço

João disse...

outro abraço deste lado