10.3.09

como se não bastasse... mais magalhães!

o magalhães foi a estrela de um show off partidário/governamental que serviu mais para desacreditar o produto do que para qualquer outra coisa. o magalhães tem sido um dos acessórios de recurso dos meios de comunicação para suprir a ausência de coisas importantes a comunicar. o magalhães tem sido vítima da sua própria popularidade, acessório de saloios carnavalescos, cruzada de juiz(o)es morais, recipiente de tinta e gastador de papel, o magalhães leva com tudo de todos. a última é um software instalado na “caixa mágica” (software livre baseado em linux) traduzido por um emigrante com a 4ª classe (a liberdade do software também paga o seu preço). o que é que andaram a fazer as gentes do ministério da educação, dos planos tecnológicos e das direcções regionais? não houve um único profissional com “disponibilidade” para passar a pente fino cada um dos softwares? parece que não…


mas

o magalhães é um produto totalmente made in portugal. melhor do que isso, é o primeiro sinal do séc. XXI a entrar em muitos lares. é a escola a acompanhar o ritmo da sociedade (deveria ser ao contrário? talvez… é a história do ovo e da galinha…). o magalhães é um computador pessoal (ao nível de outros ultra-portáteis do mercado) que não faz distinção entre classes ou estatutos. é para todos, basta que andem na escola.


no fim

é vê-los a todos a verem-me chegar, a olharem-me de olhos arregalados à espera que eu diga que podem abrir o computador e entrar no windows (que em português quer dizer “janelas”, porque cada caixa que abrimos é uma janela que nos mostra coisas do tamanho do mundo). o dia em que todos os professores entenderem o potencial de aprendizagem por detrás destes olhares, é o dia em que DE FACTO o séc. XXI chegou à escola. 

1 comentário:

n disse...

Acabei de ler uma mensagem que me enviaram que dá conta de uma entrevista com o prof. Santana de Castilho. Diz ele que com os quadros interactivos e com o tão afamado "Magalhães" os meninos não aprendem e quando se mergulha nas novas tecnologias os resultados podem ser desastrosos em termos dos processos cerebrais,ou seja o cérebro quando não utilizado pode paralisar.

Gostava que pudesses contar a história dos meninos que com o brilho nos olhos e com o coração palpitante aguardam o momento em que lhes dizes: " agora vamos abrir o Magalhães". Gostava que lhes desses conta do quanto é emocionante constatar a alegria de cada momento em que se faz o clique e ocorre a aprendizagem.

É evidente que o Magalhães serve para tudo, é evidente que outras aulas há em que o magalhães, tal como os livros, de nada servem e tudo banalizam.
Mas eu falo de aprendizagens no verdadeiro sentido da palavra, em que os professores são profissionais a sério, não falo daqueles que se arrastam para a escola, não gostam de ser professores, e não sabem como se aprende.
Um abraço e parabéns pelo teu texto. Achei-o brilhante!