tudo tem vários lados. mesmo que só se revelem à posteriori, até os acontecimentos mais trágicos da humanidade têm o seu lado positivo. se pegar, por exemplo, na segunda guerra mundial e no george w bush, encontro os seus lados positivos.
da segunda guerra mundial:
conhecer a dimensão da possibilidade bárbara de uma tragédia à escala humana assente em ideias tão patéticas como a definição de uma raça humana suprema, perfeita, governante e de origem mitológica (por exemplo).
saber que entretanto é mais ou menos ponto assente que entre humanos (como noutras espécies da natureza) não há raças, só etnias.
conhecer as formas brutais de comportamento que somos capazes de usar na relação com um semelhante. foi tudo demasiado mau para que me esqueça daquilo que significa uma guerra mundial.
do george w bush:
depois de um homem assim a dirigir a maior potência mundial, as gentes dessa potência ficaram preparadas para eleger uma mulher ou um afro-americano para os dirigir. elegeram o afro-americano que ainda há sessenta anos estava sujeito a ser queimado em frente da mulher e dos filhos ou, na melhor das hipóteses, tinha lugares específicos nos bancos do autocarro, casas de banho, restaurantes ou lojas só para ele e os da sua etnia. este afro-americano, se tivesse vivido durante a segunda guerra, teria tido o direito de morrer “pela pátria” como um humano, cidadão e soldado de segunda.
2 comentários:
nem sequer há sessenta anos... Obama foi o grito de desespero de um povo. ou, pelo menos, gostaria que tivesse sido...
talvez esse povo já não gritasse tão alto desde os dias da independência...
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